quarta-feira, setembro 09, 2015

Militares acusados de violações sexuais na Gorongosa

A população da Casa-Banana, no interior da Gorongosa, Moçambique, denunciou abusos sexuais contra mulheres e crianças por militares governamentais, mantidos na região desde a eclosão do conflito político-militar entre o governo e a Renamo em 2013.
Um ano após a assinatura do Acordo de Cessão de Hostilidades, em vigor desde 5 de Setembro de 2014, homens armados da Renamo e Forças de Defesa e Segurança - que tem montado várias cancelas na estrada que liga a vila de Gorongosa a Casa-Banana – ainda mantém posições na região, largamente atingido pelos confrontos terminados recentemente.
“As mulheres vão ao rio para tomar banho e os militares entram lá (onde geralmente acontecem as violações)”, acusa Feliz Candeado, adiantando que as forças posicionadas no cruzamento entre Piro e Casa-Banana tem estado a provocar desmandos.
A população disse que os militares – a maioria usando farda da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) – tem entrado nas comunidades e provocado desmandos, ameaçando de tortura ou morte a quem reagir às suas acções.-
Muitas vezes, dizem as mesmas fontes, eles violam sexualmente as mulheres quando tomam em banho nos riachos.
“São militares do Governo. Quando entram (nos povoados) começam a vingar e as pessoas têm medo. Com isso nós não estamos em paz. Basta qualquer discussão, eles correm para o quartel onde pegam armas e querem matar", revela Feliz Candeado.
Ainda segundo contou, “quando vão aos rios não pedem licenças e as mulheres geralmente tomam banho nuas,  é quando eles se aproveitam da situação", diz, para concluir, que "muitas  vezes violam as nossas filhas".
Já Baltazar Pita, outro morador de Casa-Banana, acusa as forças posicionadas no cruzamento entre Piro e Casa-Banana, não distante da povoação do bairro da Pista de estar a provocar desmandos.
Não raras as vezes, prosseguiu, os militares estatais bebem e não pagam as contas, sob ameaça de prisão ou morte para quem exigir o pagamento.
As populações queixam-se de não ter a quem recorrer.
Fonte: Voz da América – 09.09.2015

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