segunda-feira, abril 13, 2015

Mais um uso desproporcional da força que enfureceu a população Agente da PIC atira a matar em Nampula

O bairro de Namicopo viveu um ambiente de guerra entre populares e autoridades policiais no sábado (11). Em causa, aponta-se a morte de um jovem, identificado apenas por Tchitcho, vítima de baleamento perpetrado por dois agentes da Polícia de Investigação Criminal (PIC).

Os autores do crime alvejaram o jovem, supostamente por desobedecer às ordens da Polícia, mais concretamente ao recusar ser levado à esquadra. Segundo a Polícia, o jovem era acusado de ter roubado um telemóvel. Os populares, que presenciaram o acto considerado macabro, insurgiram-se contra os agentes da lei e ordem. Apercebendo-se da fúria popular, os agentes puseram-se em fuga, ao mesmo tempo que iam pedindo reforço de outras unidades da corporação. A Unidade de Intervenção Rápida (UIR), a então Força de Intervenção Rápida (FIR), foi chamada a intervir com vista a amainar os ânimos da população enfurecida e repor a ordem, segurança e tranquilidade públicas.

Nos tumultos muitas, muitas pessoas perderam os sentidos devido ao gás lacrimogéneo que a UIR lançava. Aliás, sete indivíduos ficaram detidos nas celas da terceira esquadra, supostamente por terem sido apontados como sendo os promotores das escaramuças.

Sérgio Mourinho, porta voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), em Nampula, que se dirigiu ao local dos tumultos, disse que a corporação estava no encalço do “Tchitcho”, há bastante tempo, pois o mesmo era acusado de prática de vários crimes.

Entretanto, o porta-voz policial não conseguiu explicar, com clareza, as razões que fizeram com que os agentes da lei e ordem atirassem a matar contra o jovem acusado, quando se sabe que o jovem estava claramente à disposição e sob domínio da Polícia.

Fonte: MediaFAX in Diálogo sobre Mocambique - 13.04.2015

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