sexta-feira, junho 27, 2014

Moçambique ontem, hoje e amanhã

54.7% da população moçambicana vive abaixo da linha da pobreza
“O País económico” faz uma breve reflexão sobre os 39 anos do país livre da dominação colonial. Mas, mais do que avaliar os principais indicadores macroeconómicos, procura olhar para os desafios que se impõem no futuro. Para já, todas as acções devem conduzir ao aumento da produção e melhor distribuição da riqueza.
O pretexto para abordar este tema são as comemorações, esta semana (mais precisamente no dia 25), do 39° aniversário da Independência Nacional.
Em 1975, Moçambique era um país muito diferente do que é hoje. O Produto Interno Bruto (PIB) era de 4.8 mil milhões de dólares, três vezes e meio menos que os 17 mil milhões de dólares que serão produzidos até ao fim deste ano; o PIB per capita – indicador de estabilidade social – era de 452 dólares por moçambicano, ligeiramente inferior aos 680 dólares projectados para 2014.
Mas, na altura, toda essa riqueza era produzida por muito menos gente. Havia só 10 milhões de pessoas, duas vezes e meia  menos que os habitantes de Moçambique hoje. Os indicadores do comércio externo (importações e exportações) também eram bastante inferiores em relação aos níveis actuais.
UMA DÉCADA DE DIFICULDADES
Mas o pior momento da economia moçambicana seguiu-se à independência, um período entre o meio e alguns anos após os 16 anos de guerra civil (1987-1997). Todos os indicadores macroeconómicos regrediram para níveis não antes vistos. O PIB, por exemplo, chegou a um mínimo de dois mil milhões de dólares em 1992.
Foi no período em que o Governo procurava testar políticas de reforma para relançar a economia, com destaque para o Plano de Reabilitação Económica (PRE) de 1987.
Hoje, Moçambique vive um contexto de relativa estabilidade, com perspectivas de exploração de recursos minerais. É considerado um dos países com elevados níveis de crescimento económico. A média de crescimento está em torno de 7%, superior à média africana.
Apesar disso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) aponta Moçambique como um dos países mais pobres do planeta e o Inquérito do Orçamento Familiar (IOF) indica que 54.7% da população vive abaixo da linha da pobreza. 
PRESSÃO NO FUTURO
Entretanto, as dificuldades com a distribuição de riqueza são o grande desafio. É que, até 2050, a população poderá duplicar para 50 milhões de pessoas. É uma pressão que vai exigir maior capacidade de provisão de bens e serviços.
No contexto de exploração de recursos minerais, o Governo terá de fazer grande ginástica para permitir que os ganhos cheguem a todos. Para isso, terá de se criar capacidade para gerar mais postos de trabalho e diversificar a economia.
Fonte: O País online - 27.06.2014

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