segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Gurúè celebra 42 anos com água a conta gotas

- José Aniceto, edil daquela autarquia assume e diz que a responsabilidade ultrapassa as capacidades locais

A cidade Gurué, norte da Zambézia, celebra esta segunda-feira, o seu 42o aniversário de elevação a categoria de cidade. Foi a 24 de Fevereiro de 1972 que então a Vila Junqueiro, nome de um proprietário duma das unidades de produção, foi transformada em Gurué. Abastecimento de água, desafio do futuro Aos 42 anos de Gurué, ter água ainda é um bico-de-obra, visto que a cidade encontra-se numa zona montanhosa onde este precioso líquido só pode vir das nascentes. O Presidente da autarquia, José Aniceto, já em fim do mandato esperando apenas a tomada de posse do eleito Orlando Janeiro, olha o passado com alegria mas não deixa de lado este assunto de abastecimento de água.


Numa conversa que tivemos a propósito dos 42 anos daquela autarquia, Aniceto diz que sai de Gurué com a sensação de que ajudou a resolver maior parte dos problemas que a cidade enfrentava. Nesta hora de balanço, a fonte apontou por exemplo, a abertura de vias de acesso nos bairros, abertura de uma morgue no Hospital Rural de Gurué, o que possibilitou no aumento da capacidade de conservação dos corpos. E não só, José Aniceto disse ainda que neste momento estão em curso obras de reabilitação do mercado central, construção de escolas, para além da conclusão na construção do muro de vedação do campo, aquele que ele chamou de estádio distrital, tudo isso deixa o edil satisfeito.

Mas como nem tudo é mar de rosas, José Aniceto sabe e reconhece que não conseguiu satisfazer os munícipes na componente de abastecimento de água. Nesta vertente, a fonte reconheceu que em cinco anos do seu mandato, conseguiu apenas efectuar pouco mais de 1.000 novas ligações. Este número está aquém de responder a demanda nesta área de água. Governo central deve intervir O abastecimento de água foi sempre um elemento que exige fundos altíssimos e que por vezes, localmente não há capacidades para mobilizar tais fundos. Gurué não foge a regra. Não há dinheiro no Gurué que chegue para abastecer água 24 horas a população. E o edil já em fim de mandato não quer deixar esta tarefa ao seu sucessor Orlando Janeiro (Penny-Penny), que também vai se bater com este dilema.

Contudo, o interlocutor do «Diário da Zambézia» diz que só poderá vir do governo central e ai sim, esta situação de água será sanada. “Vejo que a solução só pode vir do governo central, porque localmente não haverá fundos para resolver o problema de água” - disse Aniceto. O edil de Gurué recorda que em 2010, havia um plano do Millennium Challenge Account (MCA) para reabilitar o sistema de abastecimento de água naquela cidade, mas este projecto não foi longe, porque a última hora, a edilidade foi informada que já não haviam fundos para suportar esta actividade, foi dai que todas esperanças caíram por terra. Refira-se que a autarquia de Gurué foi sempre gerida pela Frelimo desde o início do processo de autorização e com as eleições do passado dia de 2014 8 de Fevereiro, o Movimento Democrático de Moçambique e o seu candidato passam ser os novos inquilinos. (António Zafanias)

Fonte: DIÁRIO DA ZAMBÉZIA – 24.02.2014

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