terça-feira, julho 16, 2013

Dhlakama condiciona desmilitarização da Renamo

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, recebeu domingo passado, em Sandjundjira, no posto administrativo de Vunduzi, em Sofala, um grupo constituído por oito dirigentes dos 11 que constituem a oposição extraparlamentar ‘‘Mãos Dadas’’.


Na circunstância, ele voltou a condicionar a desmilitarização dos seus homens armados ao que chamou de cumprimento dos protocolos quatro e cinco do caduco Acordo Geral de Paz (AGP), nomeadamente sobre a integração dos seus ex-militares no Exército e na Polícia.

Francisco Campira Momboya, líder do referido grupo, é citado pelo jornal Notícias a dizer que o encontro com Dhlakama surge na sequência da audiência por estes solicitada no âmbito dos esforços que vêm sendo feitos no país com vista a amainar a tensão político-militar prevalecente e que já provocou a perda de vidas humanas e destruição de bens materiais.

"Também abordamos sobre a desmilitarização da Renamo, Dhlakama entendeu tal necessidade, mas, segundo ele, para que isso ocorra, é necessário que se cumpram os protocolos 4 e 5 do AGP, nomeadamente sobre a integração dos seus ex-militares no Exército e na Polícia que foi feita mas não na sua totalidade. Dhlakama também defendeu que a FIR não continue a ser uma ala do partido no poder, mas sim uma forca que sirva, de facto, os interesses do bem-estar e tranquilidades publicas" - afirmou o líder da oposição "Mãos Dadas" em declarações ao jornal Notícias.

Campira disse que era intenção do grupo que dirige apresentar ao líder do maior partido da oposição no país a preocupação dos dirigentes políticos da oposição sem assento no Parlamento para que entre ele e o Presidente da República, Armando Guebuza, se alcance  um  entendimento quanto às actuais diferenças que motivam o clima de tensão político-militar e instabilidade que prevalecem.

Sem revelar os nomes, Francisco Campira revelou que o grupo que chefiava, tinha mandato para dialogar com o líder da Renamo sobre alguns aspectos atinentes à boa convivência política no país e a busca de soluções para desanuviar o actual clima de tensão que preocupa os moçambicanos.

"O que queremos é encontrar junto do líder da Renamo a sua abertura para que se possa respirar um clima de paz no país tal como o Presidente da República também o deseja. Também falamos sobre diversos aspectos desde a inclusão socioeconómica, despartidarização do Aparelho do Estado, estatuto da oposição, paridade na CNE e STAE. Fora disso, confrontamos ao líder da Renamo sobre a nossa disponibilidade em juntarmo-nos às suas causas, sobretudo a retirada das forças que cercam Sandjundjira, financiamento aos partidos políticos da oposição, entre outros aspectos", disse Campira.

O líder da oposição "Mãos Dadas" referiu ainda que durante o encontro foi reiterada a necessidade da prevalência da paz e que o PR deve criar condições para que haja, de facto, a promoção desse desejo.


Disse ainda que Dhlakama ficou sensibilizado quanto às preocupações apresentadas pelo grupo "Mãos Dadas", concretamente sobre a necessidade de haver o financiamento aos partidos da oposição para que a lei, segundo disse, não abra espaço para fraudes, estatuto da oposição, entre outros aspectos.

Fonte, Radio Mocambique / 16.07.2013

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