quinta-feira, novembro 15, 2012

Ruas de Maputo e Matola desertas

A capital está quase deserta, com o comércio fechado e a maioria das pessoas a regressarem a pé às suas casas nos bairros periféricos de Maputo, após os transportes públicos terem desaparecido das ruas da cidade.
A meio da manhã , os "chapas", carrinhas de transporte público informal, deixaram de circular, alegadamente por temerem represálias contra o aumento de preços, que entrou hoje em vigor, e na cidade continuam a circular rumores, ainda não confirmados, de protestos populares.

Temendo a repetição das manifestações de 2008 e de 2010, que provocaram vários mortos, em confrontos perante o mesmo cenário de aumento de preços, a população abandonou o trabalho e, a pé, pôs-se a caminho de casa.
O comércio está praticamente encerrado, assim como repartições públicas, e escolas, como a Escola Americana e a Escola Francesa da capital moçambicana.
A Escola Portuguesa continua aberta e a TAP mantém o voo para Lisboa previsto para hoje à noite, disse à Lusa o cônsul-geral de Portugal, Gonçalo Teles Gomes.
"Não temos razões para lançar um alerta à comunidade, mas aconselhamos a que evitem locais que têm sido referenciados como problemáticos e que, em caso de dúvida, fiquem em casa", disse Gonçalo Teles Gomes.
O consulado, acrescentou, vai continuar a acompanhar a situação.
Segundo um relatório da principal empresa de segurança do país, a que a Lusa teve acesso, há concentrações significativas de pessoas em Mavalane (nas redondezas do aeroporto), no final da avenida 24 de Julho e na avenida de Angola, na zona da Malanga, nos bairros Chiquelene e Luís Cabral, e junto da empresa Coca Cola, na Machava.
No entanto, passando por alguns desses locais, a Lusa observou apenas incidentes de pouca monta, como um pequeno caixote de lixo a arder, no final da avenida 24 de Julho, e restos de pneus queimados, junto das portagens da Matola, mas sem grandes ajuntamentos de pessoas.
A polícia está presente em força, mas com os chamados agentes de giro e não com elementos antimotim. Em vários locais, foi possível observar esses agentes a afastarem grupos de jovens que, aparentemente, não estavam a manifestar-se.
Apenas circulam autocarros da empresa pública TPM, que também agravaram os preços, e que são insuficientes para cobrirem a Grande Maputo.
Verificam-se alguns problemas de comunicação, sobretudo com a principal operadora de telemóveis, e meios de comunicação social públicos, como TVM e Rádio Moçambique, mantinham silêncio sobre a situação.
“Está tudo controlado e a polícia mantém a segurança das pessoas”, disse um dos porta-vozes da Polícia da República de Moçambique, à Televisão de Moçambique. Nas zonas mais críticas, como é o caso das avenidas Acordos de Lusaka e avenida Angola, a situação também “já está controlada”.


Fonte: SAPO/Lusa - 15.11.2012

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