sexta-feira, fevereiro 10, 2012

Porquê Cuamba e Pemba falharam à mudança?

Por Gito Katawala*

Ok, acho que devo alguma explicacao, depois de ler a pergunta/constatacao do EGM, tive que explicar pra ele em privado que na minha opiniao ha uma explicacao que tem como origem nas caracteristicas e manifestacoes do eleitorado dessas duas cidades, Pemba e Cuamba. Nao sou um etnologo, mas a minha origem bantu e a convivencia com outros descendentes dos "maraves" leva-me a concluir que entre todos os "macuas" sao muito cautelosos e nao hesitam em acomodar-se mesmo sabendo que esta a ser usados ou ignorados. Entendam que isto nao eh uma incitacao a animosidades nem acusacoes pejorativas, mas eh uma constatacao baseada nos anos de convivencia. Nao eh mera coincidencia que os colonos e administracao portuguesa escolheu a dedo os poucos que se lhes outorgou a assimilacao; nao eh mera coincidencia que nunca tiveram um representante nos primeiros movimentos de libertacao; nao eh mera coincidencia que nunca houve um "high profile individual" na nomenklatura Mocambicana. A bondade deles eh o preco que pagam por todas essas humilhacoes, sempre regateam o seu bem estar a troco de um nao me chateies.

Um bloguista Portugues Alberto Viegas, Licenciado em Filologia Românica (Universidade do Porto, 1978),Mestre em Administração Escolar pela Universidade do Minho (1992). Investigador. Doutor em Educação pela UCP (2009). Professor Convidado da Universidade Católica Portuguesa, escreve no seu blogue uma certa passagem que passo a transcrever: " Para a tribo Macua, o sorriso é um sinal de amizade e de que se pode criar uma boa relação. Quando chega alguém que não conhecem, sorriem-lhe na mesma. Deste modo, ele saberá que não tem nada a temer." Agora entendem porque on Senas e Ndaus nao se deram bem com essa de se mostrar os dentes nem? Eles poe as cartas na mesa e dizem logo, essa estoria de andar a mostrar os dentes eh o que esta a minar a nossa confianca, dai resulta a relacao quase antagonica entre estes e os Machanganas. Os meu pais san Nyanjas, bom a minha a mae ate que tem origem Chopi, mas o meu pai eh Nyanja, notei tambem que essa caracteristica de regatear o bem estar com sorriso tambem se aplica aos Nyanjas, com unica distincao de os Nyanjas serem um pouco mais leiloistas.

A Cidade de Pemba, apesar de muitos assumirem que eh predominatemente Mwani (or Kimwani), tem a particularidade de ter uma maioria Macua, as elites locais sao as tais que tem um berco nos tais assimilados seleccionados a dedo no tempo colonial, por coincidencia tem uma compleicao epidermica diferente da dos da maioria, mas em todo caso na perspectiva do patrao caucasiano, era tudo negroide, anyway, os Macuas da baia de Pemba em regra tambem sao sorridentes, e voltando ao bloguista, diz ele que " Os macuas recorrem também ao sorriso para apagar as ofensas. O ofendido, por sua vez, espera que aquele que o ofendeu lhe retribua outro sorriso para demonstrar que não queria ferir-lhe o coração. Basta um sorriso e acontecerá a reconciliação." - como podeis notar, de 5 em 5 anos as ofensas sao proferidas em forma de promessas, manifestos eleitorais, mas os Macuas querem sempre perdoar e reconciliar.

Outra carateristica generalizada dos Macuas eh a humildade e respeito, na nossa giria faziamos sempre pouco dos que estava dispostos a dar salamalecos a torto e direito. Mas eh assim msmo, nao se lhe pode tirar essa particularidade, Macua prefere vergar, ou seja cumprimentar com venia ou continencia, por mais que se lhe note o exagero, coisa que outro bantu nao vende assim com tanta facilidade. Yao or Maconde, por mais que ele saiba que nao sabe nada, nunca vao vergar, prefer virar as costas e ir nutrir a ignorancia dele, mas nao te preocupes, ele nao te detexta, esta a fazer-se de dificil. O Macua foi sempre tao cumpridor e como disse antes sorridente, o Antonio Viegas tambem diz que " durante o periodo colonial, este costume deu origem a muitas incompreensões. Ao patrão enfurecido que o insultava e lhe batia, o macua sorria, querendo dizer-lhe: «Desculpe, não queria ofendê-lo». Mas o patrão, ignorando o significado desta atitude, tratava-o ainda com mais violência, pois pensava que estava a burlar-se dele.

Carissimos, ai esta a minha explicacao de porque o MDM nao conseguiu ter a mesma mobilizacao que teve em Quelimane. Mas claro, nao nos esquecamos tambem na capacidade ideologica da Freli e a logistica, foi tambem em Cuamba que vimos as atropelacoes mais flagrantes desde o uso de meios do Estado/Governo a favor de um so lado. E houve o caso das listas e prisoes de Deputados da AP. As declaracoes reacistas e tribalistas do candidato vencedor. Mas foi uma licao bem dada. Agora so nos resta preparar-mo-nos para as gerais e presidenciais de 2014.

Povo no Poder!
A Luta Continua!

*Com a devida vénia do autor.

P.S. O título é meu e da minha responsabilidade.

Adenda: anexo do link do blog de Alberto Viegas: http://www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEulFlFFkkTfYHSrRu

74 comentários:

heyden disse...

Esta aqui uma iluminante teoria que retira toda e qualquer esperanca de que mais dia menos dia os ventos tambem soprarao do norte.

hey disse...

E quando mudancas falham em Lichinga, Chimoio, Dondo, Tete, Chimoio, Maxixe, usaremos a mesma teoria de 'mostrar dentes' ou ai ja mudaremos de paradigma e arranjaremos uma teoria que se ajuste a nossa percepcao?

Reflectindo disse...

Caro Heyden

O tema pode consituir uma provocacão, mas acho ser debatível. Este texto foi publicado no Facebook no dia 8 de Dezembro, logo após as eleicões intercalares, mas estranhamente morreu sem debate.

heyden disse...

Nao acho que mereca algum debate, ou debate que produza resultados aplicaveis, pois tudo o que seja ofensivo a uma etnia apenas levanta animosidades. Para mim, me senti ofendido com o texto, e como o autor acha que quando macua e ofendido responde com flores, eu ca por mim, lhe envio o ramo de flores com enxame de vespas la dentro.

Reflectindo disse...

Por Gito Katawala

Por esta e outra razão irmãos, creio que chegou o momento de falarmos abertamente sobre as tribos e a estratificação em Moçambique. Notei que muita gente gritou “falta” quando o então candiato, agora eleito edil da cidade de Quelimane publicou um texto que ele tinha escrito há dois anos, a exortar os quelimanenses a tomarem conta de Quelimane. O texto era tao simples mas apelativo e provavcelmente circulou entre amigos e seguidores do blog, sem contudo causar tanto furor. Mas foi justamente quando ele anunciou que se canditaria para a presidencia do minicipio que alguns compatriotas o apelidaram de tribalista.
Em 1975, quando Mocambiqe se tornou independente eh verdade que havia mais gente com o 5º ano ou o 7º ano de curso liceal concentrados em Maputo mais do que noutro ponto. é tambem verdade que as cidades da Beira e Nampula vinham respectivamente em 2º e 3º lugar, ou seja, o aparato colonial tinha condicionado que essas cidades fossem polos de atracção regional, como consequência, um indivíduo de Inhambane ou de João Belo aspirava ir viver a Lourenco Marques, os de Vila Pery ou Tete sonhavam com Beira e os de Porto Amelia ou Vila Cabral tinham Nampula como trampolim. La veio a Frelimo, organizacao que clamava-se sem distincao de cor origem ou religiao, trazia os exemplos das Zonas Libertadas como modelo de integracao e de unidade nacional, gritava-se de viva voz abaixo o tribalismo, abaixo o regionalism, abaixo o racismo. Aos poucos as velhas aliancas tribais comecaram a formar-se e o nepotismo passou a ser de conveniencia e conivencia. Na minha experiencia em Niassa, sempre vieram Directores Provinciais ou ascendiam a directores os que tinham um apelido proveniente do Gazanstsono. E quantas vezes os nativos ou os de outras tribos nao reclamaram a incompetencia dos tais directores? Inumeras vezes e as solucoes ou resolucoes nunca foram coerentes. Por isso entendo de outras pessoas quando se generaliza e usa-se termo “sulistas”.

Continua

Reflectindo disse...

Por Gito Katawala


Em algumas ocasioes a conversa iniciou com o debate sobre as assimetrias regionais, mas sempre que se politizasse o assunto, acabava diluido na retorica sobre o tribalismo e regionalismo, ou seja, em vez de atacar o assunto coerentemente, se elevava a ideologia ao expoente maximo e adiavasse a conversa. Sejamos francos entao, Nampula eh a provincial mais populosa do pais nao eh? Alguem que se lembre de quando foi que se investiu propocionalmente no seu potencial Agricola, recursos minerais, portos e caminhos de ferro? Sem falar de Educacao e saude? Porque eh que a cidade da Beira ou a provincial de Sofala tem tendencias a desautorizar a hegemonia da FRELIMO? Ai carissimos, ja eh tempo de comecarmos a discutir sobre os assuntos de tribo e preconceitos para de facto contruirmos uma nacao unida.
Vou comecar com o primeiro parentisis, a RENAMO nunca avancara como projecto politico ou alternative se continuar a viver sob expectro de desconfianca entre os Senas e Ndaus; A FRELIMO retardou o desenvolvimento de Mocambique porque usou a tribo e a vassalagem entre tribos para preserver o poder de um grupo restrito que ate parece que estudou na Sicilia e estagiou em Boston; O MDM que evite, e aprenda com o erro dos outros para nao ficar defeituosa quando amadurecer. Agora voces meus amigos (leitores) que fechem o parentisis do outro lado com as vossas opinioes e sugestoes.
No fim, lembrar a todos, que o conflito do Rwanda nao foi tribal mas sim de castas ou estratos sociais, porque em termos de tribo ou lingua, todos falavam “Kinyarwanda”. E nos em Mocambique nunca chegaremos aquele nivel, mas nao deixemos de conversar sobre o assunto sob pretexto de nao provocarmos divisoes ou conflitos.

(Ainda por revisar, e opinioes como as tuas serao bem vindas).

Nota do Reflectindo: Eu vou postando qualquer comentário a acerca do assunto. Penso que deviamos ser abertos à discussão e até argumentarmos contra. Por exemplo se olharmos o mapa político desde as eleicões de 1994 há algo que contradiz? Em 2003 foram 4 municípios fora da Frelimo. Como se explica?

2) Estou procurando o blog ou o livro de Albertos Viegas (o português) que escreveu sobre os macuas.

Benny disse...

Caro Reflectindo, veja no link abaixo o texto "as tradicoes dos macuas" de Alberto Viegas:
http://www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEulFlFFkkTfYHSrRu

heyden disse...

Tribos e diferencas tribais existem e 'e saudavel que elas existam para se comemorarem diferencas. Mas acho deselegante e anti-etico que uma tribo (nao membros isolados de uma tribo) sejam atribuidos adjectivos ou caracteristicas puramente de natureza estereotipica que tenham alcance de menorprezar toda uma tribo. Pessoalmente nao acredito MDM perdeu em Cuamba e Pemba porque os macuas sao ingenuos. Porque acho assim:
a) MDM nao perdeu e ao longo da sua carreira provavelmente nao perdera somente na zona dos macuas.
b) Nacala ja foi uma vez municipio da Renamo. Em Nacala vivem macuas.
c) Nao acho que a victoria de Manuel de Araujo em Quelimane tenha algo a ver com o MDM porque MA ja era vencedor evidente mal anunciou a sua candidatura.
d)As derrotas de Cuamba e Pemba, provavelmente tenham mais a ver com os candidadtos do MDM do que os votantes. Creio que num pais como o nosso, particularmente em areas de muito analfabetismo, o voto e capaz de ser dirigido exactamente ao candidato do que ao partido de onde provem. Assim, criar criar uma imagem ou discurso que se simpatize com os votantes, e crucial. Devia ser claro que em muitas partes deste pais a oposicao nao vai ganhar apenas porque e oposicao, mas tera que vir com a melhor estrategia que ultrapasse os tricks da Frelimo.

Reflectindo disse...

Caro Benny, muito obrigado pelo link.

Abraco

heyden disse...

Sao coisas antigas parecidas com aquelas que aparecem nos volumes "Habitos e costumes dos povos Bantu" de Henry Junot sobre os povos do sul do save. Tambem na parte do norte houve muitos padres que escreveram coisas sobre os macuas mais sao historias que aconteceram a centenas de anos. Hoje em dia onde existe a ajuda mutua em nampula? Em casa um estranho vai chegar e ser oferecido de comer, beber e dormir degraca? Ha ainda em nampula familias de tem uma casa ao lado para hospedes? E no periodo em que os macuas faziam aquilo ali, a centenas de anos atraz claro, o que faziam as outras tribos?

Reflectindo disse...

Caros, tenho o meu ponto de vista quanto a este tema, apesar de não o ter exposto ainda.

Eu gostaria é que fosse um assunto de debate embora com todos os riscos.

amisse americo jamal disse...

Genial demonstracao. Julgo uma rica colaboracao aos esforcos pela emancipacao dos macuas. provavelmente um macua por conveniencia ou deveras distraido ou ainda em regime de exploracao nguni pode ignorar esta pura realidade. Minha preocupacao, causa do meu AVC a aproximar-se de mim, nos tempos nos tempos da nossa historia.
E mais e para quem nao acredite ou quer desmentir que utilidade tem os termos seguintes: "Onthenle mama ti para"; (marido da mae e seu pai)
"Sim senhor kaninmania mucunha"? (Diga sempre sim ao seu ao patrao)
"Ole otonco nule ohitonco vale pani"? (Entre o experiente e o inexperiente qual e o melhor?)
Ainda mais como explicar a presenca massiva de estrangeiro em nampula que noutros lugares?
O que determinou a edificacao do quartel general em terras macuas?
O que sabe o heyden sobre isso?
Fico atento a mais explicacoes/informacoes sobre macuas.
Bem hajam

Reflectindo disse...

Em reflexão, os nossos intelectuais da nacão macua não contentam com acomodacão e por isso assimilados tanto no tempo colonial como agora?
Temos algum presidenciável? Se não temos, porque será?

Eu acho que precisamos de conhecer a nossa fraqueza para emanciparmo-nos.

heyden disse...

Estamos a dicutir o tema: "Porque Cumaba e Pemba perderam a mudanca?". O autor do artigo pensa que isso deve-se a atitude dos macuas que por habito ou nascenca gostam de viver subjugados. O autor descreveu caracteristicas e atitudes dos macuas que ele julga que sao o factor para o MDM nao ganhar as eleicoes nestas cidades. Eu nao so nao concordo, julgo absurdo. Este e um argumento muito subjectivo e relativo. Se MDM tambem nao ganha em Lichinga porque e que quando nao ganha em Cuamba deve ser a etnia macua a culpa e nao individuos singulares que conpoem o municipio? Mais ainda, como a etnia Macua e a maioria em Mocambique equivale a dizer que quando as eleicoes presidenciais e legislativas favorecem a Frelimo, os culpados sao os macuas. Eu quero acreditar que em termos estatisticos a maior proporcao dos macuas sao membros da Renamo quando se comparar com proporcoes se simpatizantes deste partido noutras tribos.Ou sera que Dlakama vive em Nampula porque os macuas sao sao uma fossa para qualquer canalha? Deixemos de incitar populacoes a guerrearem-se por tribos, quem quer ganhar eleicoes faca trabalho limpo, mobilizar as populacoes civicamente, escrever programas convincentes, abriar escolas, educar as massas analfabeitas. Eu gostaria de ouvir que Pemba e Cuamba falhou a mudanca porque a populacao nestes locais e ANALFABETA e nao entende o que esta a acontecer a sua volta do que ouvir que a TRIBO e que e um factor. Isso porque a TRIBO e um atributo imutavalel enquanto que o analfabestimo e algo soluvel.

Reflectindo disse...

Heyden,

Vou reagir a este último comentário porque acho que algo tem que ser claro. O tema não é porquê o MDM não ganhou em Cuamba e Pemba. Até o título cunhado por mim, não diz isso porque não votaram no MDM. Diz porquê aqueles munícipes falharam à mudanca.
Ora, qualquer partido político ou associacão local podia ter se oranizado e candidatar-se para mudar a governacão local. Em Pemba, o partido PAHUMO candidatou-se. Um partido que podemos considerar de dimensão local e que podia ter gozado o maior apoio. Até podemos aprofundar o debate com apoio da falha de PAHUMO, POMOMO, Associacão ASSANA, etc. As eleicões nem eram normais, foram forcados edis eleitos a renunciarem por razões que a Frelimo não explicou até aqui. Então este era motivo suficiente para indignacão.
daí que havia razão para uma reaccão.
Eu discordo que a razão seja de analfabetismo, ainda que não temos a medida de comparacão do nível de analfabetismo em todos os municípios. Por outro lado, em Maputo com menos analfabetos é zona fácil para mudancas? Os analfabetos de Nampula, por exemplo, são os mais críticos quanto à partidarizacão das instituicões públicas enquanto que muitos dos académicos que deviam ser a lanterna andam atrás do cartão vermelho para serem promovidos. Muitos deles são os secretários das células nas universidades, escolas, hospitais e outros servicos públicos...

Gito Katawala disse...

Carissimos, daqui Gito Katawala. Natural de Lichinga, nasci e cresci la, com passagens na minha infancia em Majune e Maua, mas fiz o ensino secundario em Lichinga, depois fui a Pre-Universitaria em Nampula. De que tribo sou? Pois "Mocambicana", cresci com identidade de Niassa entre os Jauas e Nyanjas. A minha mae tem origem "Chopi", o pai dela era de Zanadamela (Zavala), o meu pai eh de Chiuanga, Metangula, aka Lago. A ultima pessoa que quer incitar as guerras tribais seria eu ou membros da minha familia, porque ao longo desses anos se expandiu e fixou-se em quase todo o territorio nacional.

Notei por alguns comentarios que a alguns so faltou dizer que estavam pessoalmente ofendidos porque descrevi os "Macuas" como ingenuos e por isso bodes expiatorips das derrotas do MDM. Bom, as minhas sinceras desculpas pelo sentimento que vos causei, mas a minha intencao era apenas de demonstrar que ha muita coincidencia quando se trata de mobilizar "politicamente" a gente da etnia macua, apesar de a minha abordagem ser empirica, mas nao encontrei outra cientifica que pelo menos tenha sido divulgada, a na ser a do Prof Viegas.

Quanto as mudancas que falharam em Chimoio, Tete, Dondo ou Lichinga, podereis encontrar indubitavelmente que ha uma relacao directa entre o poder de mobilizacao/coercao da FRELIMO e as caracteristicas endogenas no que diz respeito ao conceito de autoridade e respeito. Em caso de Lichinga (municipio) posso vos dizer que o planalto eh predominantemente habitado pelos yaos e estes sao "mercantilistas" primitivos. Se o Estado lhes proporciona um ambiente de negocios, eles nao vao contrariar o "status quo", ou seja mobiliza-los para uma mudanca. Entao eh facil entrar com mensagens de bicicletas barracas e motas made in China, 7 mil, etc. Nao se importam com Escolas, Hospitais, e nem entendem que precisao de boas estradas para melhorarem a rede comercial.

No Nhungwe (Tete), ou Chimoio ainda vamos ter que esperar, mas tudo indica, agora ja concordadando com algumas assercoes aqui postas, que se os que se opoe a FRELIMO elaborarem programas que convencam a maioria do eleitorado, entao a oposicao vai conseguir impor a mudanca.

heyden disse...

Caro Reflectindo,

Confesso-lhe que tudo o que manifestei anteriormente tinha a ver com a mensagem implicita do titulo. Para mim, o titulo me dizia que o MDM nao ganhou intercalares em Cuamba e Pemba por causa da leviandade dos macuas. Pensei assim, talvez por ser uma pessoa desta etnia. Mas agora, com a sua explicacao, ja entendo que poderia ser uma qualquer mudanca, por exemplo, a entrada de um independente ou partido local. Honestamente eu nao sou do MDM e nao vejo como alguem me convenceria a ser deste partido. Quanto aos academicos que se filiam a Frelimo talves para aquisicao de beneses, sim existem, mas ha tambem os que nao estao la, nao sei exactamente se a maioria ou minoria.

Caro Katawala,
Nota que eu nao desmenti o que o Prof. Doutor Viegas escreveu sobre os Macuas. Qualquer pessoa que tenha estudado antropologia social com o Prof. Joao Medeiros ficou cansado de ouvir estas coisas dos macuas. A coisa que nao concordei, honestamente e a ligacao que fizeste entre o que o Prof. Viegas descreve dos macuas com a falha da mudanca em Cuamba e Pemba. Nao so foi um argumento "biased" do ponto de vista de que o mesmo argemnto nao era aplicado para outros contextos que produziram eventos similares no passado. Mas importante, atribuir causas da falta de mudanca a um factor quase insnavel e contrubuir para atrasar a tal almejada mudanca. Um argumento saudavel deve ser aquele em que a gente tem o poder de agir sobre ele, por exemplo, se o argumento fosse "houve falta de caras convincentes para o eleitorado", isso seria importante porque da proxima vez os partidos vao se preocupar com a cara do candidato. E veja que a candidata de Pemba prometeu durante a campanha que eu melhorar os servicos funerarios, etc. Embora importante, nao acho que o eleitorado sem escolaridade goste deste tipo de discurso. Acredito que todos temos o dever de contribuir com ideias que possibitarao a mudanca que todos nos almejados, mas temos que aprofundar bem as causas. Note que escreveste algures que "Quando as mudancas que falharam em Chimoio, tete, Dondo, ... ha uma relacao directa entre o poder de mobilizacao/coersao da Frelimo e os comentarios endogenos no que diz respeito aos conceito de autoridade e respeito". E porque acha que isto nao se aplica tambem aos macuas? BIASEDNESS!

Reflectindo disse...

Caros na verdade, discutir questões de etnicidade e a relação entre as etnias em Moçambique não é das coisas fáceis, porém, sou da opinião que mais vale debater abertamente para resolver o défice do que chamamos por unidade nacional. Aliás, se nós podemos falar da relação entre brancos e negros ou européus e africanos, porquê razão não podemos falar abertamente da relação entre etnias no nosso território? Se em países como a Suécia se escreve e discute abertamente as questões étnicas, a tendência dos votos dos emigrantes, porquê razão não podemos fazer o mesmo em Moçambique?

II

Lamento que pelo título eu não tenha sido muito claro, isto é que não tenha feito a minha introducão, justificando a razão que me fez publicar o excerto de Gito Katawala.
Mas para além do que mencionei no comentário anterior, o factor mudança abrange à mudanças internas nos partidos políticos. A reacção dos eleitores obriga (ou pelo menos pode obrigar) à mudança ou à estagnação de todos os partidos políticos e em particular Frelimo, Renamo e MDM.
Ora podemos questionar em que município os resultados das eleições intercalares a Frelimo obrigar-se-á à mudança positiva. No meu ponto de vista, é só em Quelimane, porque em Cuamba e Pemba provou-se um conformismo total. Portanto, este é um problema.

Quanto aos académicos (macuas) que se humilham e consequentemente humilham à nação macua pelo comodismo e conformismo, são muitos e quiçá a maioria. Não sei se é que me tornei cego, mas tenho dificuldades de ver quem não estão lá. Quem são os acedémicos da nação macua a que as sedes de todos os políticos ou partidos políticos no Maputo deviam ter em conta quando se dirigem à nação macua? Não vou falar de nomes, mas neste momento temos pelo menos dois académicos (Phd) e de carreira política com todas as condições para fortalecerem a nação moçambicana para merecer a um grande respeito e não apenas para a caça de votos. Mas será que eles fazem isso? Veja que até ao invés de procurarem a se aproximar do povo, mais barreiras constroem. Claro, isso é um pouco difícil porque também requer abster-se de esquemas... Eduardo Nihia já estava saindo macua respeitável nos finais da década 80 e princípios de 90, porquê? Alguém já reflectiu? Mas se ele não continua o ser, eu compreendo as suas limitações.

III

Não nos esqueçamos que os macuas constituem o maior grupo étnico, mas como se explica que não há presidenciável seja ele saido dum partido ou independente?
Para mim, acima de tudo que se fala sobre nós macuas, está o problema de falta de união entre nós e consequentemente de apoio mútuo.

IV

Falar de macua que se deixa humilhar pode ser uma realidade dura como é de negros que se deixam humilhar por brancos. Ambos os casos precisam de um debate aberto para que nos emacipemos e lutemos pela igualdade e mesmos direitos.

Bom sábado!

heyden disse...

Caro Reflectindo,

Estou a gostar do seu argumento, embora entenda que ja mudamos de assunto. Agora entendo que estamos a dicutir os porques os macuas academicos sao lambebotas. Primeiro eu duvido que existam entre nos macuas individuos que podem ser designados de academicos no verdadeiro sentido da palavra. Quem sao? Um 'PhD' feito em meio ano e a distancia no Brasil em ritos de iniciacao chama-se academico? Um academico nunca e politico porque politica nao tem logica. Politica e um conjunto de aldrabices. Politica e o refugio de pessoas que de academia nao possuem. Veja por exemplo que numa instituicao ha duas vias de alcancar o successo. Os incapazes intelectualmente alinham-se a politica. Os capazes intelectualmente perseguem a sua ciencia, ate geralmente nao vao votar no tempo de eleicoes. Sem querer me humilhar, sinceramente custa-me a encontrar academicos macuas, mas, em contraste, conheco um punhado de academicos pertencentes a outras tribos. Nao diria que academia e algo natural a alguma tribo, mas gostaria de acreditar que as oportunidades fazem um academico. Um dia ou menos dia, poderao surgir ACADEMICOS entre macuas porque nada e constante, ou seja, mudanca e a unica constante.

Reflectindo disse...

Caro Amisse,
Que nos faça mais lembrar os provérbios macuas.
Ora vejamos, embora inteligentes estes provérbios, uma vez aplicados para um forasteiro, são mal entendidos, tal igual o nosso sorriso.

Por exemplo, "Sim senhor kaninmania mucunha"? (Diga sempre sim ao seu ao patrao)" é o que chamo por falsidade. O tal patrão ou chefe vai-se tornando cada vez mais arrogante porque acredita que o seu empregado, o seu subordinado concorda com ele. O outro ponto negativo desta postura é a dificuldade de identificar os que não concordam com o chefe. Logo, é motivo de desunião entre os disconcordantes.

Reflectindo disse...

Heyden

Não mudamos de assunto. Apenas acredito que o erro meu foi aquele de eu não ter feito uma introducão primeiro. Confiei muito no minha percepcão do texto de quem conheco há mais de seis anos. O mesmo acontece em relacão a tua pessoa, entendo o teu fio do pensamento.

Portanto, a discussão é o que nos enfraquece? Do que os outros não nos compreendem? Como os OUTROS nos tratam? O que devemos fazer para conquistarmos o nosso espaco? Etc. Etc.
A meu ver, não é que os macuas sejam assim como eles pensam. E não é que não fazemos assustar. Essa é a minha opinião, o processo eleitoral tem mostrado que no contexto mocambicano, os macuas usam melhor as urnas, mas isso é felizmente aos analfabetos que não vendem as suas almas como fazem os considerados académicos. Os nossos académicos têm coragem até de usarem camisetes partidários num funeral familiar... Como me dizia um professor reformado, esses académicos são o entrave do povo macua porque não deixam que este reivindique o direito igual...
Surpreendentemente os piores massacres no pós-independência foram contra os macuas: Aiube em Angoche, Montepuez, Mocimboa da Praia, Namitil (?), Mogincual...

II

Heyden, lembras desta conversa que tivemos no imensis:
"...no parlamento mocambicano, macuas raramente vao ao podium expor uma ideia, eles teem medo de serem gozados, riscados e disqualificados por causa do sotaque caracteristico. Macuas sao confiados o trabalho de escrever, secretariar, compilar e raramente aparecem como 'porta vozes'."

Agostinho Augusto disse...

Interessante o debate aqui apresentado, ainda ha muitos ignorantes anti MDM, isso eu respeito, mas condeno quando dizem que a vitoria de Araujo nao tem nada a ver com MDM, tambem ignorancia de muitos analistas. Carros amigos se formos a ver a campanha enchia com muita gente quando o Daviz( presidente do MDM) chegou a Quelimane, e ainda quase a CP do MDM, desde o Geraldo Carvalho e tantos outros estiveram em peso em Quelimane, hoje aparecem com vossas opinioes demagogicas que o Araujo ganhou sem MDM. Ignorantes os que pensam assim...

Reflectindo disse...

Caro Agostinho,

Cada um é livre de pensar e defender o seu pensamento. O mais importante é discutir o tema. Se o meu caro ler com atencão o post e os comentários, há-de notar que não se concentrou ao que devia estar no centro da discussão.tenho tentado em chamar as pessoas ao tema.

Mas como não deixaria de interpelar, o MDM agiu inteligentemente em Quelimane ao ter como seu candidato Manuel de Araújo, filho querido de Quelimane e com perfil invejável. Se o MDM fizesse o contrário, o resultado podia ter sido o outro. Isto para além de ter tido o maior controle para evitar a batota de sempre. Isto último, falhou em Cuamba, talvez por ter visto a mana Moreno como vencedora antecipada. O MDM devia ter agitado muito aquela cidade não apenas no terreno, mas também na imprensa. Espero que isso tenha sido uma licão.

Aliás, entrando ao CONTEÚDO deste tema, o MDM tem que capitalizar a Maria Moreno, tornando-a MUITO VISÍVEL, sobretudo na região Norte, entre os macuas. A Maria Moreno é um recurso humano disperdicado até aqui.

Gito Katawala disse...

caro heyden,

interessante como este tema nos causa emocoes nem? A certo passo desta discussao, percebi de si que estava ofendido e que me oferecia flores por ter posto a questao no contexto em que a pus. Mas mais adiante, volta a dar contributo para a minha constatacao, ao admitir, passo a transcrever " Sem querer me humilhar, sinceramente custa-me a encontrar academicos macuas, mas, em contraste, conheco um punhado de academicos pertencentes a outras tribos. Nao diria que academia e algo natural a alguma tribo, mas gostaria de acreditar que as oportunidades fazem um academico. Um dia ou menos dia, poderao surgir ACADEMICOS entre macuas porque nada e constante, ou seja, mudanca e a unica constante."

Ora, tacitamente voce esta a assumir que a etnia ou seja as particularidades da convivencia dos Macuas esta a permitir que nao se encontre ate hoje uma alternativa para explicar a falta de individualidades no "jogo" politico nacional. Por mais que esteja a insinuar que a politica eh para os fracos, ha no entanto uma percepcao generalizada em democracias modernas que pressupoe que so se aceitarao opinioes se as tais vierem de gente que justifique um titulo academico. Eh uma questao de projectar conhecimento e consenso.
A ausencia de uma individualidade "Macua" que se evidencia na arena politica pode ser uma questao de carisma, mas duvido muito que entre o grupo entnico mais amplo do mosaico mocambicano nao haja carisma suficiente para negar esse facto. Entao, continuemos a conversa, a discussao ou o debate para ver se chegamos a um entendimento do porque nao haver alguem "macua" que seja evidente na nomenklatura, ou presidenciavel como diz o meu bro Antonio.

Por agora, pensem porque o Katupa eh ou esta onde esta.

Abracos.

heyden disse...

Caro Katawala,

Conforme disse, nao discordei com as caracteristicas que descreveste ou que o bloguista que consultaste descreveu acerca dos macuas. Neguei sim, foi a atribuicao causal da nao mudanca em Pemba e Cuamba ao facto dos macuas serem o que sao ou parecem ser. Mas isso ja esta explicado pelo reflectindo de que o titulo original do artigo nao era aquele. Note tambem que o meu conceito de 'academico' pode ser diferente do teu e possivelmente diferente do do Reflectindo. Eu nao consideraria alguem de academico porque apenas tem um PhD. Nao e porque alguem pisou numa universidade que se considera academico. O prof. Carlos Serra quanto a mim, e um dos poucos exemplos de academico mocambicano que conheco. Isso porque depois do seu PhD continuou a questionar aquilo que os outros pensam que sabem a resposta. Nao so, a sua posicao sobre as coisas poe a disposicao. Academico defende a 'verdade', nem que a tal verdade seja boa noticia ou ma noticia. Eu distingo academicos dos politicos. Os politicos nao defendem a verdade, mas aquilo que gostariam que fosse a verdade. As logicas da politica e da academia nao sao similares, na minha opiniao. Por isso, as vezes, quando academicos abandonam a sua area para se dedicarem a politica vejo grandes imcompatibilidades. O academico vai aprender a esconder a verdade ou seja vai comecar a mentir para sobreviver. Ou entao, vai dizer a verdade, mas nao vai durar. Os tais supostos academicos da etnia macua e de varias outras etnias por isso, abandonaram a academia e viraram politicos, ou seja deixaram de pautar pela verdade e entraram no negocio da aldrabice para viver a vida facil.

hey disse...

Voltando a pergunta: "Porque Cuamba e pemba falharam a mudanca?".
Um dos metodos mais comuns que se usa para prever um resultado eleitoral e a multipla regressao que se apresenta sob forma: Y = a + b1X1 + b2X2 + b3X3 + ... + bpXp.
Y e a variavel dependente, ou seja a variavel que se pretende prever, neste caso, o resultado eleitoral (victoria ou derrota). X1, X2, X3, ... nao as variaveis independentes, ou seja as variavesis que se usam para prever Y. Assim, X1, X2, X3, ... vao poder explicar a variancia de Y. E claro que pode haver tantos X ou variaveis dependentes, mas nos estamos interssados nos X que contribuem de forma significante (estatisticamente significante: p <.05)no modelo todo. No caso das intercalares, X1 pode ser o partido, X2, o candidato, X3, os eleitores, X4, o trabalho dos outros partidos, X5, a chuva que caiu no dia da votacao, etc. Como disse, nem todas estas variaveis contribuem de forma significativa na explicacao de Y. Como conhecer entao as que prevem siginitivamente (p <.05) para explicar Y? Esta pergunta nao se responde sem pesquisa. E pura especulacao pensar que e X3 ou X1. Mas podemos adiantar hipoteses que precisarao de ser verificadas. Por exemplo, a minha hipotese em Quelimane e de que a pessoa de Manuel de Araujo contribuiu de forma estatisticamente significativa na victoria em Quelimane quando p <.05. Hipotese 2 foi de que 'O MDM nao foi um elemento significante na victoria de Manuel de Araujo em Quelimane". A fundamentacao desta segunda hipotese e pelo facto do MDM nao ter ganho em Cuamba e Pemba. A terceira hipotese e: A variavel independente" tipo de eleitor" sozinha (i.e., depois de removidas outras variaveis tais com o partido ou a cara de candidato) nao explica de forma significante o resultado de um acto eleitoral".

Reflectindo disse...

Heyden,

Se achas que a pessoa de Manuel de Araujo contribuiu de forma estatisticamente significativa na victoria em Quelimane, porquê em Cuamba e Pemba não houveram pessoas de calibre de Manuel de Araújo para ditarem à mudanca e não à continuicão?

Eu estou preocupadíssimo pelo facto de até aqui não haver algum macua presidenciável, sim político de mãos cheias. Não concordo que a política seja aldrabice e para a aldrabões, pois que enquanto na nacão macua não existir poder político, não podemos sonhar no poder académico. Se Eduardo Mondlane e outros escolarizados, incluindo aqueles académicos que depois da independência não regressaram, na altura não se interessassem pela política, hoje não teriamos os académicos que temos a fazerem o tipo de investigacão. Um outro impacto de não existência de macuas fortes, é o facto de ser nessa nacão onde o poder exerce mais pressão sobre os académicos ou escolarizados para serem lambebotas.

N.B: um dos académicos que questiono é Felismino Tocoli que prefere pôr cancelas que aproximar-se e defender a sua gente. Tocoli devia ter repudiado energicamente quando houve o massacre de Mogincual. Ainda bem que Gito, também fez-nos lembrar de Mateus Katupa. Porquê ele anda apagado? Mas não me esqueco de tantos outros.

Anónimo disse...

Alo Refectindo & companhia!
Este debate e' importante para o futuro politico desta nacao, pelo que representa o segmento Macua e que consequencias pode trazer um seu maior envolvimento no sentido de "mudancas" que, neste momento, detem um caracter imperativo!
Este teu ultimo comentario vai de acordo com o meu ponto de vista! Uma coisa que precisa ser veementemente atacada e' a "cooptacao politica" das elites locais, para abafa-las, e parece-me que neste momento, quem esta a "liderar" e a ser "alegremente cooptados" sao os Macuas e isso parece estar a produzir os seus efeitos! Os que tinham sido "cooptados" de outras etnias pelo partido no poder, praticamente ja nao estao la, mas os Macuas tem estado a reforcar a sua posicao! Veja-se que a chefe da bancada na AR e' Macua! Os Cherewas, os Mualeias, os Kathupas, etc, sempre estiveram la', mas o que fazem pelo seu povo?? Se os outros acabaram "saindo", penso que "mesmo cooptados", eles nao deixaram as suas conviccoes de parte, o que nao parece estar a acontecer com os Macuas! Uma razao desse interesse pelos "Macuas" e' naturalmente a sua proporcao populacional, mas nao seria um exagero considerar que tambem existe uma "aceitacao" dos Macuas para que se vejam nessa situacao! E' preciso que as pessoas comecem a liderar-se a si proprias, trazer solucoes para os problemas das suas regioes, mas quem pega no lema da "Nacao Macua"?? Pelo que eu entendo, os macuas teem uma identidade muito forte, e havendo um "guia" o povo nao vai pensar duas vezes em segui-lo!! Este e' um debate que deve ser feito desapaixonadamente!! Se se quer mudancas neste pais, "Ficar esperto, precisa-se", e cada povo vai ter que aprender por si proprio ou no minimo imitando os outros!!

hey disse...

Alo reflectindo, vamos sai da palavra para as accoes. A responsabilidade de tirar a populacao marcua da sargeta em que ela e colocada cabe a nos proprios daquela etnia. Devias ja esquecer tais nomes como Tocoli, Katupa, Cherewas, etc. Esta bastante claro que estes estao mais interessados na sua satisfacao pessoal mas isso nao e porque eles sao macuas, acontece com os seres humanos de qualquer grupo etnico. Alimentar a sua barriga primeiro, tem sido regra geral, a formula, particularmente quando a pobreza zonal e aguda. O que podemos fazer, e estudar outras formas. Tu, eu, e mais os outros somos responsaveis para essa transformacao. Venha com ideias concretas. O que temos que fazer, mas por favor tira os Tocolis e a companhia porque eles ja mostraram o que valem. Mas tambem podes saber muito bem, tal como o anonimo anterior escreveu que macuas teem um conceito de identidade muito forte, so lhes falta um guia, no dia que um gua aparecer, a conversa que estamos a ter hoje nao tera lugar. Mesmo Tocoli, Katupa, e Chereua, vais ver que mudam logo de camisete. Mas precisamos de fundos. Abrimos organizacao, pagamos as devidas taxas, porque essenosso guia vai ser expulso do aparelho de estado, mas teremos que ter energia suficiente para o manter. Essa e nossa missao. O reflectindo tem muita experiencia de fazer algo como isto muito mais do que qualquer macua vivo.

hey disse...

Sim, entendo, na nossa sociedade, a politica e a academia amdam de bracos cruzados e confumdem-se mutuamente. E nao admira que quem vem dar liccao de sapiencia numa universidade e um politico.

Anónimo disse...

Reflectindo,
Permita-me felicitar-te por teres postado o artigo do senhor Gito Katawala. Gostei do mesmo porque aborda um assunto considerado tabu em Moçambique e que levanta muitos debates. Nesse texto vejo expresso a preocupação de querer que todos os “povos” de Moçambique estejam muito bem colocados na “fotografia política”. No seu artigo, ele não humilha este ou aquele “povo” e usou o caso dos macuas, como poderia ter falado de outros “povos”, porque no fundo, todos nós temos os nossos pontos fortes e fracos.

Agora, isso passa por reconhecermos que na actual “fotografia política” não estamos dignificados e nem representados adequadamente. É provável que isso tenha a ver com a nossa forma de ser e estar em política. O actual poder continua a nos dividir, excluindo uns e co-optando outros.

Por exemplo, é chegada a hora de os intelectuais pesquisarem um pouco mais (por exemplo) sobre a dra Joana Simeão, uma das poucas macuas que foi politicamente activa, numa pesquisa isenta das deturpações dos comunistas de Portugal e da Frelimo. O ponto é: será mesmo verdade que ela não queria a independência de Moçambique? Ou não queria um poder entregue apenas à Frelimo, temendo por tudo aquilo que vimos depois da independência?

Anónimo disse...

Reflectindo,
Hoje as pessoas já questionam as coisas da política e isso deve ser vivamente encorajado. Por isso podemos falar à vontade das nossas tribos, das nossas etnias, da nossa cultura, da nossa língua; que mal há nisso? Aliás, só falando é que conheceremos os nossos pontos fracos, as nossas potencialidades para sonharmos com um futuro melhor para todos, de Maputo ao Rovuma. Só discutindo podemos até desmistificar ou validar os preconceitos que existem sobre as nossas tribos, nossas etnias, nossas línguas, nossos sotaques.

Na era colonial, os portugueses e outros colonizadores fizeram um enorme trabalho “antropológico”, mas o interesse era mais político do que académico. Por isso, todos os povos de África foram, em geral, descritos com uma infinidade de adjectivos pejorativos e claramente preconceituosos. Cabe a todos nós, hoje, entrarmos nesse debate e tirarmos as nossas conclusões.

Um outro ponto que devemos questionar é o tal projecto de “unidade nacional”. Eu vejo isso como uma espécie de balança, com muito peso de um lado, e sem nenhum, do outro. Os do lado com mais peso estão satisfeitos com esse “equilíbrio” desequilibrado. E nós? O nosso projecto deve ser o de equilibrar a balança, metendo mais quilos lá onde há pouco. E isso faz-se com acção política, com votos, com discussões abertas.

Daí que quero convencer a(o) Heyden para se juntar nesta luta. Como intelectual que ela(e) é, não deve se alhear a este movimento, com o falso argumento de que a política e a intelectualidade são sempre incompatíveis. Isso nem sempre é verdade porque nem é preciso ser político para se ser “falso”, como nem é preciso estar fora da política para se ser um pouco “mais honesto”.

Defender que os “melhores”, os mais dotados de conhecimentos científicos, fiquem fora dessa luta política é defender que a política está reservada para os “burros”, para os sem “escrúpulos”. Pensar assim favorece, sobremaneira, o actual status quo em Moçambique (não estou a dizer que todos devem estar na política). Noutras paragens é frequente ver académicos interessados pela política activa.

Todos nós queremos que as coisas mudem, para o melhor, para uma maior inclusão. Se os “iluminados” não entram nesta “guerra”, então quem entrará? Se os homens de “bom senso” estiverem todos fora da política, há-de haver um boom de “falta de transparência”, “excessos no uso do poder” e uma infinidade de barbaridades e injustiças.

É nosso dever como intelectuais entrarmos nessa luta. A Frelimo está constantemente a recrutar cientistas, estudiosos e gente de toda a índole, pois ela (e as suas mais leais etnias) sabe o que nós fingimos desconhecer: os benefícios de ter um enorme poder político, um poder que lhes pertence, um poder ao seu inteiro serviço. Quando os intelectuais se auto-excluem estão a facilitar os mais ardentes desejos da Frelimo, de subjugar uns e co-optar outros para criar a ilusão de “unidade nacional”.

É essa forma de pensar, cara(o) Heyden, que leva a que toda uma intelectualidade em Moçambique funcione como meros “leitores de CDs”, reproduzindo e amplificando, sem criticar, tudo o que a Frelimo quer, deseja, faz e planeia fazer.

Anónimo disse...

Reflectindo,
Hoje as pessoas já questionam as coisas da política e isso deve ser vivamente encorajado. Por isso podemos falar à vontade das nossas tribos, das nossas etnias, da nossa cultura, da nossa língua; que mal há nisso? Aliás, só falando é que conheceremos os nossos pontos fracos, as nossas potencialidades para sonharmos com um futuro melhor para todos, de Maputo ao Rovuma. Só discutindo podemos até desmistificar ou validar os preconceitos que existem sobre as nossas tribos, nossas etnias, nossas línguas, nossos sotaques.

Na era colonial, os portugueses e outros colonizadores fizeram um enorme trabalho “antropológico”, mas o interesse era mais político do que académico. Por isso, todos os povos de África foram, em geral, descritos com uma infinidade de adjectivos pejorativos e claramente preconceituosos. Cabe a todos nós, hoje, entrarmos nesse debate e tirarmos as nossas conclusões.

Um outro ponto que devemos questionar é o tal projecto de “unidade nacional”. Eu vejo isso como uma espécie de balança, com muito peso de um lado, e sem nenhum, do outro. Os do lado com mais peso estão satisfeitos com esse “equilíbrio” desequilibrado. E nós? O nosso projecto deve ser o de equilibrar a balança, metendo mais quilos lá onde há pouco. E isso faz-se com acção política, com votos, com discussões abertas.

Daí que quero convencer a(o) Heyden para se juntar nesta luta. Como intelectual que ela(e) é, não deve se alhear a este movimento, com o falso argumento de que a política e a intelectualidade são sempre incompatíveis. Isso nem sempre é verdade porque nem é preciso ser político para se ser “falso”, como nem é preciso estar fora da política para se ser um pouco “mais honesto”.

Defender que os “melhores”, os mais dotados de conhecimentos científicos, fiquem fora dessa luta política é defender que a política está reservada para os “burros”, para os sem “escrúpulos”. Pensar assim favorece, sobremaneira, o actual status quo em Moçambique (não estou a dizer que todos devem estar na política). Noutras paragens é frequente ver académicos interessados pela política activa.

Todos nós queremos que as coisas mudem, para o melhor, para uma maior inclusão. Se os “iluminados” não entram nesta “guerra”, então quem entrará? Se os homens de “bom senso” estiverem todos fora da política, há-de haver um boom de “falta de transparência”, “excessos no uso do poder” e uma infinidade de barbaridades e injustiças.

É nosso dever como intelectuais entrarmos nessa luta. A Frelimo está constantemente a recrutar cientistas, estudiosos e gente de toda a índole, pois ela (e as suas mais leais etnias) sabe o que nós fingimos desconhecer: os benefícios de ter um enorme poder político, um poder que lhes pertence, um poder ao seu inteiro serviço. Quando os intelectuais se auto-excluem estão a facilitar os mais ardentes desejos da Frelimo, de subjugar uns e co-optar outros para criar a ilusão de “unidade nacional”.

É essa forma de pensar, cara(o) Heyden, que leva a que toda uma intelectualidade em Moçambique funcione como meros “leitores de CDs”, reproduzindo e amplificando, sem criticar, tudo o que a Frelimo quer, deseja, faz e planeia fazer.

Anónimo disse...

Nesta luta política por uma maior inclusão, pensar do jeito como a(o) Heyden faz é dar por provado tudo aquilo que o senhor Gito Katawala escreveu sobre os intelectuais macuas: recusam-se a entrar na luta. Pode crer que os intelectuais de regiões e etnias tradicionais da Frelimo pensam bem ao oposto da(o) Heyden. E nem escondem isso!

Todos nós, macuas, ajauas, macondes, rongas, changanas, chuabos, senas, etc, devemos clamar para que o poder em Moçambique seja mais representativo. Pensando assim, cara(o) Heyden, a Frelimo nunca vai mudar porque seus Ph.Ds, M.A, M.Scs, B.A, jamais terão adversários à altura. Fica uma tremenda cobardia e ingenuidade tentar empurrar os menos estudados para a política enquanto nós, intelectuais, ficamos a “pensar honestamente”. Isso é fazer o jogo da Frelimo. E foi contra isso que o machuabo Manuel de Araújo, um Ph.D, se propôs a acabar.

Lembre-se que foram intelectuais, quase todos com formação universitária, que deixaram seus sonhos académicos, para ajudarem seus irmãos a libertar África do jugo colonial. E a sua contribuição foi valiosíssima para a vitória final.

Temos que inculcar nas pessoas que questionar a governação faz parte dos deveres de um cidadão. Temos que ensinar que quem governa não está a fazer nenhum favor à ninguém, daí que não deve haver gestos de gratidão para com ninguém. Devemos, é, respeitar, cumprir e acatar as leis e as autoridades, apenas isso. Tudo isso deve ser dito para as pessoas e é nossa função como intelectuais fazer e encorajar.

Reflectindo,
Em toda a história política universal, os que estão no poder querem mais, muito embora esse poder nem sempre seja usado para o benefício do povo. Em Moçambique já são inúmeros os atropelos aos direitos humanos e às regras de construção de um país coeso, unido, íntegro. Se os intelectuais se auto-excluírem deixaremos os segmentos e as etnias mais vulneráveis ao Deus dará.

Como intelectuais, devemos questionar, por exemplo, o conteúdo desse chavão político “unidade nacional”. Lembrem-se que essa é a arma que é arremessada quando questionamos porque é que não há, por hipótese, naturais de província X ou Y no poder, ou porque é que os cargos de soberania estão todos atribuídos à pessoas de duas províncias apenas. Vamos perguntar o que significa isso e que estratégias foram definidas para a sua implementação. Todos nós devemos dizer alguma coisa sobre como implementar essa “unidade nacional”, ajudando, com o nosso pensar, a moldar o seu conteúdo.

Por exemplo, a mim me arrepia quando leio e oiço que Moçambique é “país da marrabenta”! Uma simples dança (ou ritmo musical) de um certo local de Moçambique não pode ser imposto, lentamente, sorrateiramente, para passar a simbolizar todas as outras danças milenares, como o mapiko, o nhambaro, o tufu, o ngandha (citei apenas algumas). Isso não é unidade nacional: chama-se a isso “provocação nacional”, ou se quisermos, “tentativa de submissão de outras nações”. A ter que haver uma dança em Moçambique ela deve ser a simbiose de todas as danças do nosso país ou, pelo menos, que seja a dança mais representa, a dos macuas, a maior etnia.

O bom senso deve prevalecer. Não deixemos que o país seja moldado por um só segmento, por sinal os mais ambiciosos. Moçambique deve ser de todos, de todos os segmentos. Acho que uma nova visão de “unidade nacional” é possível, mas com activa intervenção de todos. O senhor Gito Katawala está, justamente, a convidar os macuas, a maior etnia e a maior língua em Moçambique, a ocupar o seu lugar na política.

Um abraço, NAVALHA

RAUL NOVINTE- KEEPING THE DREAMS AND GOD´S VISION ALIVE) disse...

E agora? vamos continuar murmurando sobre sulistas? Vamos nós macuas, makondes Jauas, Manhungues, Masenas e Ndaus continuar murmurar? Eu concordo como o anónimo quando ele disse que os intelectuais daquela região só ficam olhando, sorrindo sem nenhum sentimento. Mas a vitória de Manuel Araujo em Quelimane de qualque modo que seja chamou atenção a todos considerados intelectuais naturais daquelas terras que somente sentam aredores do fogo com medo de mexe-lo.Eu acho que já é o tempo. Chega! Enough is enough!! Apartir de já temos que exercitar as nossas esperanças para o nosso lindo moçambique, nossas cidades, nossas provincias e nossas terras. Todos intelectuais oriundos daquelas terras acima mencionadas e que atualmente moram nos países estrangeiros deveriam dar uma visita a suas terras e ouvir oque os seus povos está dizendo. Não basta ter O PhD, MBA etc, e etc arquivado nos EUA, Suecia, Brasil, Portugal e mais outros lugares, quando o nosso povo sofre e não tem voz que possa falar em seu nome. Basta! Temos que agir! mesmo que o Macua seja um sorridente, é o tempo de o instruir para que ele (macua) possa saber destinguir entre o tempo de riri e tempo para chorar.
Isso, somos nós chamados intelectuais que podemos fazer e estando presentes lá e ensinando ao nosso povo. Vamos? Eu vou! E você vai comigo?

Abraços

Heyden disse...

Debate valioso, certamente.
Mas entao qual e o proximo passo? Este debate ja o fazemos desde a seis anos com o Reflectindo. As ideias nunca amadurecem. Mas desta vez temos que sair da palavra a accao. Claro que nao podemos contar com Tocoli, Katupa, Cherewa e companhia porque estes devem ter muitas dividas por pagar do outro lado. Reflectindo sobre Mocambique foi valioso, mas Reflectindo sobre Nampula revela-se muito mais valioso, suponho. Comecamos com uma organizacao, clube de amigos, partido, etc? Quem vem com uma proposta?

Gito Katawala disse...

O Anonimo trouxe uns pontos validos quando disse que se assumirmos que os intelectuais/academicos nao se devem misturar na politica, estaremos simplesmente a dar mais campo fertil para os menos eruditos controlarem a vida de todos. Que passos a dar? Como passar a accao? Eu tenho uma ideia, em vez de criar uma entidade restrita a cidade ou provincia, que tal ir a UEM, ISCTEM, UP, Lurio e outras e criar um Centro de Estudos. Enquanto isso decorre, paralelamente criar-se uma especie de "Think Tanks" que se especializam no despertar, educacao civica, networking. Ha muitas orhanizacoes filantropicas espalhadas no mundo que se formos pedir apoio para Educacao de Adultos, ou criar um meio de comunicacao tipo a Verdade.

Para mim o sucesso do MA em Quelimane comecou com uma frontalidade, assumiu o "chuabismo", nao se escondeu e pronunciou-se publicamente que antes de ser um manifesto, o Quelimane No Coracao era uma proclamacao de liberdade de pensar, uma especie de "carta de auforia". Os detractores tentaram gritar falta, acusaram-no de incitar ao tribalismo, regionalismo, o que ele fez foi aguentar a primeira carga, manteve-se firme e levou a mensagem para o povo dele. E voila, ai esta hoje, contra todos os preconceitos, mudou o paradigma. Creio que o deve acontecer a nacao Macua, eh exactamente algo semelhante, ignorar o grito dos "ignorantes", os verdadeiros promotores do divisionismo e nepotismo, e usar a riqueza cultural e a forma de ser dos macuas, que eh a melhor arma secreta, estou a falar da bondade. O que eh preciso eh ser capaz de explicar que nao ha forca divina nenhuma que condenou ou amaldicou a nacao macua para estar no estado em que esta. Os que se venderam, muita pena, o tempo dira se eles trairam ou nao. Foi ainda hoje que li sobre o ex edil de Nacala que alegadamente mudou de partido por 2 milhoes e quinhentos meticais,o que mais se pode dizer?

Hey disse...

Alo Katwala,
Quanto mais ti leio mais te percebo. Noto que, pela linguagem que usas neste post, pareces um bom amigo nosso. Quando li seu artigo fiquei com muito nojo de ti, sinceramente. Nao que eu achasse ser mentira ou verdade o que estavas a dizer, era o eu julgava ser o alcance do que esta la dito. Mas para ja posso saber porque estas pessoalmente interessado na nossa libertacao se nao pertences na nossa tribo?. Queres nos usar tambem? Se calhar farejaste, e viste que nos macuas existe espaco para se enquadrar. Conheco ou outro individuo de Tete que diz que ama nampula, ama macuas, etc., mas imagino que viu ali sorriso e quer nos aproveitar ja que somos moles. Tambem queres fazer isso? Quanto as suas propostas, nao sei o que acha o Reflectindo que e o mais velho, mas na UEM, ISCTM, LURIO, UP, etc, todas as universidades que indicaste vao nos criar barreiras. Estes sao os ultimos sitios onde vamos ter apoio. Tu podes ate trabalhar la, mas logo a primeira nossa sentada vamos ser corrompidos com 2 milhoes tal como aconteceu com o tal ex-edil de nacala que descreveste. Mais ainda, segundo o seu artigo, so nos os macuas e que sinceramente estamos mal. Para lhe ser sincero, eu ja virei nao so tribalista nato mas tambem as circusntancias me forcam a ser arrogante. Me recordo que la para 1994 havia partidos que apoiavam federalismo. Onde andam aqueles partidos agora? Federalismo era a via ideal, mas sera necessario um referendum. Nao pode apenas a equipa favorecida que diz nao ao federalismo. A equipa desfavorecida tambem tem que ter o 'say'

Heyden disse...

Alo Raul,

De politica nao entendo la muito bem, mas minha percepcao me diz que sulistas nao devem nos governar, e nao so, os centralistas tambem, nao nos podem governar. MDM e do centro. Trocando o colonilista de sul e colocar o colonialista de centro, faz alguma diferenca? Estes, na minha modesta opiniao, sao os erros de Manuel de Araujo. Em vez de entrar no mucipio como independente, MA escolheu entrar com cara de MDM. O preco disso e tao grande que nem vale esforco feito. Como reagirias se notasses que o dinheiro das taxas dos Municipes de Quelimane aumentou em 100 por cento e que este esta a ser centralmente controlado pelo MDM e que esta a ser usado para campanhas eleitorais em outros municipios? Nao estou a dizer que isto aconteceu ou que vai acontecer, apenas estou a prever possiveis cenarios e este e o pior cenario porque acredito nao ser este o desejo dos municipes de Quelimane quando escolheream a mudanca por MA.

Reflectindo disse...

Eu quando questiono um presidenciável macua, é em primeiro lugar nos principais partidos existentes Frelimo, Renamo e MDM e mesmo PDD. Há nesses partidos algum macua para competir com outros presidenciáveis doutras etnias? Conforme especulacões da imprensa falam-se de muitos nomes dos presidenciáveis da Frelimo e eu nunca vi um único nome de um macua. Nas especulacões populares há regiões e etnias com mais de 5 presidenciáveis naturais. Talvez eu esteja distraido?!?! E nos outros?

Manuel de Araújo fez um erro por concorrer por MDM. Eu digo que não, porque ele e os seus apoiantes machuabos são fortes, suficiente para o MDM não fazer gafes se continuar inteligente. Para bem dizer, Manuel de Araújo é presidencial dentro do MDM. É o que os macuas deviam ter feito com a Maria Moreno. Assim se balanca o poder dentro dum partido e não com membros sejam eles seniores muito limitados.

Volto!

Hey disse...

Mano Reflectindo, vou tentar responder a 3 perguntas:
Pergunta 1: Na lista nao existe presidenciavel macua porque tambem todos os que estao proximos do nucleo onde presidenciavels sao selecionados entraram via bajulacao, e sendo assim, eles nunca teriam o poder de decisao.
Pergunta 2: MA tem o meu devido respeito mas nunca sera presidenciavel dentro do MDM porque os NDAUS nao vao permitir. Na Beira ja houve a festa da victoria dos senas/ndaus contra chuabos, uma guerra ja muito antiga. Mas isso, esperemos o tempo para nos dizer, senao sera demasiada especulacao.
Pergunta 3: Ves muita virtude em Maria Moreno. Eu nao conheco ela, e uma macua? Se ela for macua e tem as qualidades que descreveste num outro poste, entao metade da culpa para ela nao ser eleita foi sua. Trabalhaste muito para MA e disseste muito pouco sobre Maria Moreno. Se for ela a pessoa ideal para dirigir os nossos destinos (destinos macuas) diga-me uma vez por todas. Eu daria todo o meu apoio, mas por enquanto nao a projetaste.

hey disse...

Ainda nao estou a engolir a historia de Maria Moreno. Ela e tipo Joana Simeao?

Gito Katawala disse...

hyden, hahahahahaha

Vou elaborar mais tarde, mas por enquanto so vou te dizer que os meus pais me educaram, ou seja, me ensinaram a ser respeitoso e agradecido. Passei parte da minha infancia em Majune e Maua. Aprendi muito do folclore dos macuas daquela regiao. Hoje devo uma grande parte da minha mocambicanidade a convivencia com os macuas daquela regiao. E mais tarde passei passei pela pre-universitaria 1 de Maio de Npl, uma verdadeira prancha para a minha vida adulta.

Abraco

Reflectindo disse...

Heyden,

Achas que eu trabalhei muito para Manuel de Araújo e menos para Maria Moreno. Até podes ter razão, mas será que achas que eu sozinho sou capaz de mudar a imagem dos macuas que se estendem em quatro províncias das onze?

Será verdade que não conheces a Maria Moreno? E se isso for o que dirão os demais?

Manuel de Araújo não será presidenciável porque os Ndaus não o deixarão. Parece que usas balancas diferentes quando não dizes quem não deixa que os macuas sejam presidenciáveis na Frelimo (aqui falas de bajuladores, mas quem não deixam os não bajuladores), na Renamo (?). Veja que o que pretendo é que identifiquemos os obstáculos para removê-los. Ainda estamos a falar de unidade nacional, de um Mocambique uno, mas que eu e outros queremos isso sem CHAVÕES. Desta feita, o que é um partido de dimensão nacional? Quem o faz de dimensão nacional? O que acontece quando pensamos e no pior DEIXAMOS que o partido X é/seja da zona e etnia A, o partido Y é da zona e etnia B, etc, etc?

Reflectindo disse...

Caros anónimos,

Muito obrigado pela vossa contribuicão. Vocês vão ao encontro do que penso.

Reflectindo disse...

Uma das nossas barreiras pode ser precisamente em vermos só dificuldades do que possibilidades. Ora, o Gito sugeriu a criação de um Centro de Estudos na UEM, ISCTEM, UP, Lurio e outras e o mano Heyden viu muitas dificuldades sem contudo ter em conta que os nossos académicos podiam aproveitar o CEPKA (Centro de Pesquisa Konrad Adenuauer) com sede na UCM em Nampula ou que Manuel de Araújo com amigos e colegas, fundaram o CEMO e Carlos Castel-Branco com mais outros fundaram o IESA (Instituto de Estudos Sociais e Económicos). Quando o nosso amigo e irmão AZI uma vez me disse que estava mais interessado à investigação, até pensei que faria algo semelhante...
Portanto, Heyden, nem precisas de ires fazer política directamente, mas podes fundar um Centro de Estudo. Isso também pode nos fortalecer, produzindo verdadeiros académicos macuas.

Jonathan McCharty disse...

Penso que o “record” da coerencia das analises feitas pelo Heyden em varios foruns e’ claro! Mas para a discussao aqui em curso, penso que ha’ muito o amigo Heyden cruzou a linha de um “promotor Macua” passando a “detrator Macua”!! Os propositos desta serie, que julgo ate pioneira neste aspecto, sao suficientemente claros: “Os Macuas precisam deixar de se esconder! Precisam se levantar, se orgulhar de si proprios, valorizar sem receios a sua cultura e, fundamentalmente, encontrar os meios para se afirmarem politicamente (primeiro), como um bloco que defende os seus proprios interesses”!! Como isso deve ser feito(?) e’ materia que pode ser aprofundada aqui pelo debate, mas os objectivos do que se pretende ja deviam estar suficientemente absorvidos e e’ nesses propositos que maior concentracao deveria ser dirigida!
No meu (unico) anterior comentario, dentre os Macuas historicamente cooptados faltou referir os Gamitos, os Cuereneias, as Abdulrremanes, entre outros, que se sabe estar em “comissao de servico por outros interesses, que nao o dos Macuas”, medida esta que pode ser avaliada em termos “do que exactamente ja fizeram pelo seu povo e sua regiao?” desde que ocupam as pastas que ocupam!! Ora, isso leva-nos a pensar que, para se afirmarem (politica, social, economicamente), os Macuas precisam de explorar vias alternativas! Em minha modesta opiniao, isso poderia ser “inicialmente” feito dentro das estruturas politicas alternativas existentes! Macuas “fortes e inteligentes” terao que ter mestria suficientemente para defender os interesses das suas gentes e das suas regioes, dentro dessas estruturas! Penso que esta e’ a via mais rapida, aproveitando tambem o “momentum” criado por movimentos similares noutras regioes! E’ preciso notar que este e’ um “processo tentativo”, mas que precisa de ser comecado hoje!! Havendo “desinteligencias” no futuro, esses “Macuas fortes” estarao (deverao) estar maduros e a altura de formar algo que lhes seja proprio, seja um bloco regional, seja um partido politico! Isso e’ o que os “outros” teem estado a fazer “all along” e ha’ que ficar-se esperto, quanto antes!! Pela evolucao polittica desta nacao, com mostras claras de “exclusao e alienacao” de vastas regioes e seus grupos sociais, para a suprema defesa dos “interesses locais”, vaticino e nao tenho duvidas que este vai ser o culminar de todos estes processos politicos, ora em curso! Digo, “ora em curso”, mas para os Macuas isso ainda nao comecou!! Por isso, ha que juntar forcas, unir ideias, com vista a “afirmacao” dos Macuas! Para o bem de Mocambique, esse imperativo nao pode ser mais adiado!!

heyden disse...

Reflectindo, ti garanto que ouvi pela primeira vez o nome de Maria Moreno nestas intercalares. Ainda nao sei se ela e macua porque em Cuamba tem varias etnias, suponho. Sempre estive fora da politica, mas agora, possivelmente ja estou a interessar-me na politica sem o saber tal como disseste que meus comentarios sao tambem politicos. E possivel. Acredito que exagerei alguns comentarios ou usei palavras improprias particularmente para Katawala, pessoa que pessoalmente tambem nao conheco, achava-o um 'inimigo' da nossa cultura macua. Contudo, tacticamente meu exagero serviu para estimular mais ideias, e receber mais feedback dos outros.
Bem fim de semana para todos

Gito Katawala disse...

Carissimos,

Eu sabia que com o dialogo nos entenderiamos. Notei que a maior parte dos comentarios aqui comecam a convergir numa conclusao de consenso, eh preciso falar sem preconceitos e tabus sobre este tema, estamos a precisar de uma catarse. Levantamos emocoes, como diz o hyden, reconheceu os excessos, mas espero que tenha servido de licao. Notei ate que mudou de ideias, ou seja, de conviccoes quanto a essencia da politica, nao eh por acaso que se estuda politica como ciencia.

Quanto ao meu interesse por ver uma nacao macua unificada e forte, confesso-vos que eh simplesmente o meu desejo de ver compatriotas, amigos de infancia, pessoas que sempre confiei que eram boas e inteligentes, simplesmente acabaram frustradas e condenadas a nao alcancar a alegria de serem uteis na construcao da nacao mocambicana.

A cultura macua eh tao rica, tao vasta e tao apaixonante e nao se percebe como ate hoje nao ha um instituto, nao ha documentacao, nao ha livro de historia. Alem da pobre descricao de Kuphula Muno, nao ha nada para evidenciar o contributo dos macuas. Se nao fosse Salvador Mauricio, ano havia Eyuphuro, consequentemente, nao haveria divulgacao daquela rica mixegenacao entre a expressao arabe e marave do canto e da danca. Warila esta ha muito a tentar gritar bem alto para que se faca algo, ninguem lhe liga. O ARPAC tinha iniciado um projecto, la pra os finais dos 80, lembro-me de um senegales Dr. Samba com quem conversei numa dessas ocasioes sobre isso, ele chamava atencao para a quantidade de materia que havia para havia para explorar na cultura; Tava tambem um polaco, se a memoria nao me trai, interessado em descobrir r documentar locais historicos, pinturas rupestres, etc. Enfim, so para dizer, por causa desse afastamento dos academicos e intelectuais, nunca se valorizou esse enorme potencial.

Falando em polititica, sendo os macuas o maior grupo etnico de Mocambique, consequentemente o maior grupo eleitoral, o maior mercado, o maior campo de ensaio, o maior tudo, os politicos da nomenklatura em Mocambique decidiram relegar-lhe a um papel insignificante para que nao constituisse uma ameaca. Dai que mante-los analfabetos e desinformados, so beneficia a manutencao da hegemonia dos "outros". Ja imaginaram quando o gigante despertar?

Quanto aos projectos ou conversas passadas sobre federalismo, aqui tenho as minhas duvidas em se avancar para um projecto tao ambicioso, mas com o ordenamento actual, pode-se forcar ao sistema,a reconhecer uma especie de autonomia de gestao autonoma e re-investimento dos lucros provenientes da exploracao dos recursos naturais a favor de um desenvolvimento local. Por exemplo, Moma esta ha muito tempo com a Kenmare, sera que os "momenses" estao a beneficiar dos beneficios das areas pesadas? SO um exemplo. Ja questionaram por exemplo porque nunca se avancou com o projecto da refinaria em Nacala? Porque Malema nao tem uma industria de transformacao? Porque o Ferro de Lalaua nao anda? Porque nao ha emprendimentos grandes em Angoche? Chocas? Relanzapo? Depois querem nos embebedar com cerveja de mandioca nem? Porque?

Ai esta entao caros compatriotas macuas, eh preciso comecar a ser espertos, os macuas sao inteligentes, mas eh preciso comecar a ter o matreirismo, ou a espertesa que vos identifica.

Vou vos dar um exemplo, em Niassa onde ha macuas, yaos e nyanjas, apesar de eu nao concordar com a abordagem, mas eles aos poucos estao a comecar a tomar conta. Algumas figuras da nomenclatura ja estao a investir a serio por la, John Kachamila, Eduardo Mulembwe, Aires Ali, estao a avancar com emprendimentos que um dia, a se concretizar o volume das reservas de carvao ou calcario, vao nascer grandes industrias. A adicionar-se isso, tem milhares de terras araveis e recursos hidricos, entao ja esta a projectar-se algo "grande". Por isso meus irmao macuas, surge et ambula!

Abraco

Heyden disse...

Concidiu que a pouco estive a ver umas fotografias postadas por Manuel de Araujo no mural do facebook de Reflectindo. Vi uma autentica miseria naquela cidade, que ate nem se pode chamar de cidade, lixo, charcos, palhotas destruidas provavelmente com as ultimas enxurradas, MISERIA TOTAL. Eu nao acho que Manuel de Araujo vai resolver aquilo, ve-se que ele quer, mas apenas o querer nao vai resolver nada. Vai aumentar impostos de pessoas ja miseraveis tal como acontece na Beira? Federalismo, ou esse conceito de autonomia que Katawala esta a designar, onde tudo o que se produz em Quelimane benefia Quelimane primeiro. Aquilo que vi naquelas fotos e crime contra a humanidade. Sao politicos que fizeram aquilo ali, e diz-me Katawala que politica e ciencia. Sim, ciencia de enganar pessoas inocentes. Nem mandar para as nacoes unidas aquelas fotos que estao no facebook do Reflectindo, o presidente desse pais nao pode se sentar ao lado doutros presidentes. E nao so, a saber-se que o tal presidente cujo seu povo vive daquele modo, tem mais dinheiro pessoal do que os outros presidentes. Nao sou mau aluno, mas para me convencer que politica e alguma forma de ciencia, vou precisar de muitas licoes vossas.

heyden disse...

Mano Reflectindo,

Eu simplesmente nao acredito que teremos facilidade nas possibilidades que colocas. Isso porque ningem nos quer. Se ja estamos a ficar espertos, vamos nos banir. Essa nossa quantidade populacional exagerada que Katawala esta a dizer, estou a ver que deve ser o feitico. Talves estamos a sofrer porque somos muitos numericamente. Tem logica, mais filhos na familia, menos chance de escolaridade. Isso esta provado cientificamente. Mas, indo ao assunto, convencido que ninguem colhe sem plantar, quero propor que abrimos uma associacao tipo ASSANA mas taxa-pagavel. Temos de ter um fundo para funcionar, porque nem mentingando la fora nao vao nos dar nada porque nao temos endereco, nem objectivos escritos. Ate nem sabemos com quem contar. Eu para ja tenho 5 conterraneos em boa posicao que podem pagar USA25 dolares menasis desde que haja manifesto. Contando comigo, somos seis. Para chegarmos ao nivel de IESE, precisamos muito desse fundo. Eu tenho 5000 livros de toda a indole pronto para doar a essa nossa almejada associacao. Qual e o passo a seguir? Ja exploramos as ideias dom Katawala e de mais outros, que bom, agora? Se nao fizermos nada o Katawala vai continuar a gozar com a nossa rapida 'aparente' satisfacao

Gito Katawala disse...

O esquepticismo do Heyden assusta um pouco. Nao sei se eh incapacidade de reconciliar-se com a ciencia ou fruto de mas experiencias. Mas eu nao sou nenhum psicanalista e nao vou nem tentar especular de que se trata. Mas vou acrescentar que se todos tivessemos esse "fatalismo" entao perderiamos o credito ou idoneidade de discutir o tema que temos vindo a debater nos ultimos dias, declaraiamos a derrota e curvariamos a a cabeca e enfiar o rabo entre as pernas e fugir que nem cobardes. Vou-lhe dar o beneficio da duvida e deixarei ao criterio dos outros participantes neste debate julgarem se estou aqui para gozar ou contribuir em ideias para o avanco de MOCAMBIQUE, que ironicamente nasceu apartir da descricao do Sultanato de Mussa Bin Bique que supostamente estava ao largo da costa do actual territorio que se designa Nampula.

Eu quiz dizer que politica eh ciencia ou seja um conjunto de ciencias (existe um curso universalmente conhecido como curso de ciencias politicas em que se pode adquirir o mais alto grau como academico). Se o caro Hyden tem alguma desilusao sobre os politicos, nao sou eu que vou corrigir, mas tambem entendo a sua frustracao se se fia no exemplo de Mocambique, claro que a maior parte dos paises do Continente Africano nao podem ter bons exemplos de conciliacao entre os politicos e a verdade (ciencia). Mesmo em paises ocidentais ha casos em que os politicos encontram formas de evitar as verdades mas nao mentindo, simplesmente omitindo a verdade. Eu aconselharia ao caro Hyden a nao usar o exemplo de Mocambique para generalizar a actividade politica. Outra sugestao, seria de voltar a ler sobre a defeinicao epistemologica da politica.

Voltando ao assunto do potencial do "povo" macua, eu recuso aceitar que o analfabetismo ou a falta de acesso ao conhecimento seja uma maldicao por parte de uma forca ou forcas divinas. O proprio principio de muitos filhos implica falta de meios para educa-los nao se enquadra com o contexto do debate, pelo contrario, os numeros deveriam ser o factor para implantar uma revolucao.

Ja disse antes, o erro que cometemos foi mostrar medo ou fragilidade quando enfrentamos essas barreiras tipo regionalismo e tribalismo. Se tivessemos reclamdo um lugar ao sol logo em 1975, com todo esse potencial humano e de recursos naturais, Mocambique a cima do Zambeze teria outra dinamica.Atencao, nao estou a apelar federalismo!

Bom fim de semana.

Heyden disse...

Ciencia, na minha maneira de ver e um conjunto de verdades e apenas verdades. Politica e uma forma de religiao, porque e um conjunto de percepcoes e maneira pessoal de ver a agir sobre as coisas. Nao e ciencia quando a coisa e inconsensual, e e avaliavel de forma qualitativa em termos de bom ou mau,positivo ou negativo, e os individuos acreditam nela com um grau variavel de credibilidade. Quer me dizer que politica e ciencia porque existe uma coias chamada ciencias politicas e existem instituicoes fora que atribuem o nivel academico em politica? Bom, e que tal ciencias religiosas. Existem. Tem muitos Phd em ciencias religiosas. Entao religiao e ciencia? Tu e eu estamos a falar de coisas completamente diferentes. Nao estou iludido com politicos mocambicanos, nem africanos, nem nada porque tambem nunca tive outra expectativa. Ilude-se quem uma vez teve esperanca.

Gito Katawala disse...

pense em politica como um mecanismo de gestao de recursos e espacos geograficos. Por exemplo, providenciar servicos e bens para um determinado espaco geografico, onde os visados sao individuos ou organizacoes colectivas. Por exemplo, se na sua casa faz o exercicio de orcamento e planificacao, obtem rendimento ou remuneracao e paga despesa, poupa ou guarda para contigencias futuras, por exemplo, escola dos filhos, seguro de saude, etc. Agora imagine isso a escala de um pais (macroeconomia). Pois entao a minha definicao de politica se circunscreve nisso.

Maquiti disse...

Comentarios inteligentes,me emocionei e ri muito com alguns comentarios cheio de humor hehehe

Heyden - O MDM nasceu nos dentro dos Ndaus e Senas, ha coisas inevitaveis, eh por isso que estao la muitos desta etnia, mas nao eh verdade que sera sempre de Ndaus e Sena, recue no passado veras que o cenario esta a mudar, nao vamos ser pecimistas, pk sera mesmo Mocambique para Todos

Cumprimentos

heyden disse...

Conheco uma disciplina muito parecida com isso, chama-se "Economics". Existe home economics, country economics, world economics. Por exemplo, sao pessoas da world economics que falam coisas do tipo 'aquecimento global", 'buraco de ozone", etc.
A nivel de country economics deve ser ai possivelmente onde a sua definicao de politica se enquadra. Me lembro que em 1976, eu estava na 6a classe, tinhamos um professor de educacao politica. Claro aquilo nao se parece nada com o que estas a dizer.Politica tal como a defines, deve ser coisa util. Pena eu nunca estudei o que dizes, pois uso senso comum para sobreviver, politicamente.
Um bom fim de semana

Heyden disse...

Hi Maquiti,

Nao duvido que coisas venham a mudar no futuro porque o meu lema e" 'a mudanca e uma constante menos a propria mudanca'. Mas acredito que isso so sera possivel se interferirmos nos governantes directamente. Interferir, quero dizer, lembrar a eles sempre e sempre que nos o povo existimos. Lembrar a eles para fazer aquilo que prometeram fazer. Por isso falo muito de Manuel de Araujo. Sou mal interpretado por alguns, mas eu gostaria que MA se lembrasse sempre de sua missao. "Poder" aldraba muito, e ainda existem as ratoeiras da Frelimo. Nao gostaria que MA caisse numa delas. Se voce ler o livro de Meyers (2004) sobre "HUman Mind" vais corroborar com a minha posicao. Nao fale bem agora de MA, porque senao ele vai deixar de fazer o job dele. Isso aconteceu na Beira. Mocambique inteiro e senao Africa inteira comecaram a premiar Davis Simango, etc, no inicio, ele fazia de facto bom trabalho, mas de repente, ja nao ha trabalho. Cidade da Beira so tem aquelas duas ruas a da Minhava e da Ponta-Gea, mas ja passaste por outras? Penso que Davis ficou muito convencido do seu bom trabalho e passou a prestar mais atencao as intrigas dentro do partido. Davis nao esta a fazer o que deveria fazer, talvez os sonhos deles aumentaram.

Heyden disse...

Caro katawala,
Tens beneficio de duvida sobre o que? Se sobre mim, sobre meus pontos de vista Talibans? Nao lhe entendi essa parte. Mas de qualquer modo, podes fazer-me perguntas directas e lhe aseguro que vou lhe respondo no menor espaco de tempo. Se achas que meu fanatismo assusta, entao tens que rever o conteudo do seu artigo sobre os macuas sorridentes, obedientes, e submissos. Ai ate podes usar 'ground theory' para sustentar suas descobertas sobre macuas ao em vez de se basear com informacoes de um estrangeiro.

Gito Katawala disse...

Caro Heyden,

Ainda estou a notar algum tom rancoroso nas tuas intervencoes em relacao a mim. Mil e uma desculpas se te ofendi.

Beneficio da duvido! Hum, o termo em si pressupoe que pensar em positivo mesmo que as ideias ou as situacoes indiquem o contrario, dai que, usei que pelas tuas intervencoes darei o beneficio da duvida.

Eu nao qualifiquei de fanatismo, fui claro e disse "esquepticismo", mas estas a responder-me emocionalmente e elevas a minha opiniao para um patamar de ataque pessoal. Nao estou a fim disso. Ja te disse, respeito a todos, e acima de tudo, respeito o dono deste blog.

Quando tiver perguntas pessoais directas, nao tenhas duvidas nenhumas, eu farei, nao sou pessoa de "mandar indirectas".

Abraco.

Maquiti disse...

Heyden - o taco sai do Maputo, eles (sistema) estao a fazer de tudo para bloqueiar a mola, se nao o maravilhoso povo dira que o puto esta a jobar, hehehe espero que isso faxa sentido

Maquiti

Reflectindo disse...

Mano Heyden


Concordo com a tua proposta para uma associação do tipo ASSANA, mas leia primeiro o que Sérgio Chichava escreveu sobre o que aconteceu com as organizações regionais. Por outro lado, não pode ser uma forma de abstermo-nos da política efectiva. Vamos sim à política à medida doutras etnias em Moçambique.

Enfelizmente que neste diálogo tem havido algumas dificuldades e que ainda não sei porque. Eu prefiro que debatamos a questão com muita seriedade. Há que nos lembrarmos que logo à independência e provavelmente mesmo durante a luta armada e depois da morte de Filipe Magaia, houveram pessoas que quiseram preencher o espaço vazio dos macuas, usando apenas o facto de terem nascido no território macua, apesar de terem crescido e sido educadas dentro das fronteiras de suas verdadeiras etnias. A pergunta devia ser do porquê precisaram de fazerem-se passar de macuas e até por vezes simularem de existência de familiares na Ilha de Moçambique se etnicidade não era importante?
Eu considero verdadeiros amigos, aqueles que nos alertam para acordarmos que aqueles que usurpam a nossa identidade para falsamente nos representarem na arena política.

Continua...

Reflectindo disse...

Continuacão...

Nos finais da década 80, um alto oficial da Força Aérea em Nacala, por sinal um ronga, fez um comentário muito importante e bom sobre os nortenhos no exército. Ainda não sei se ele referia aos macuas ou aos do norte do rio Save ou Zambeze. Ele dizia que nós do norte cometiamos um erro muito grave ao auto-excluirmo-nos do exército. Segundo ele, a auto-exclusão consistia em recusarmos a ser profissionais do exércitos, pois se iamos para lá, era apenas para cumprir o SMO, não havendo aquela ambição de adquirir patências e chefias altas dentro do exército. Desta maneira nos fragilizavamo-nos em muitos aspectos importantes da vida duma nação... Não posso até aqui ver naquele oficial como quem pretendia nos humilhar porque tinha esposa zambeziana e com ela ter gerado filhos. O que podiamos fazer é verificar se há verdade no comentário daquele oficial e se é, será que temos que continuar assim?
Pessoalmente, reconheço que lutei bastante para nem sequer cumprir o SMO. Fui por duas vezes recrutado, mas a direcção de educação me ajudou a escapar justificando a minha necessidade e responsabilidade no sector. Lembro-me que o chefe do centro de recrutamento, um natural de Manica, disse ao meu director distrital que ele também via-me uma potência para o Ministério da Defesa. Também tenho um amigo e colega que apesar de ser professor cumpriu o SMO fazendo-se passar de um analfabeto. Tenho um primo que perdeu todas as oportunidades porque tanto ele como a mãe só queriam que estivesse fora do exército.
Será que não há macuas ou pessoas do norte que envelhecem no exército moçambicano? Claro que há. Mas é possível ( não tenho provas) que muitos que lá estão, sejam daqueles que aproveitam o relaxamento neste momento que não há guerra, isto é, pessoas que não se preocupam em muito. Para que o MDN não seja chamado de excludente, até pode patentear alguns desses, aliás é o que também o governo e partidos políticos existentes fazem. Mas quem são esses? São muitas vezes pessoas conformistas (que facilmente se conformam) por diferentes razões: gosto de benesses, preguiça ou devido a vícios. Tenho experiência também nisso.

Voltando ao tema
Até pensei que o mano Heyden questionaria sobre os “seniores” macuas que Jonathan McCharty mencionou. Será que reconheces que são simples tapa-furos? E não são?
Esses irmãos são os mesmos que deixaram que muitos macuas que de facto podiam fazer diferença no governo, nos partidos políticos existentes, fossem marginalizados. Deixaram até que não, pois que PODER é que eles não têm, mas estão lá como simples justificação de que temos também macuas. Lembre-se daquele que ameaçou desviar investimentos para Nacala se o candidato do seu partido não fosse votado. Mas o mais interessante é ver quem permitiu que pessoas como Benjamim Pequenino ética e moralmente são, caisse na marginalização do governo da Frelimo e no partido Renamo. Quem fez cair na desgraça e até à morte a Domingos Pilale no governo da Frelimo e no partido Renamo. A história pode continuar e se é que ainda não, no MDM.
Deixando clara a minha opinião, para mim a solução não passa por criação de um partido dos macuas, se nada justica, mas como o Jonathan McCharty, disse, nas estruturas alternativas existentes macuas suficientemente fortes e inteligentes se integrem e ajam em defesa dos seus povos. Já escrevi que estranhamente os piores massacres no pós-independência tenham sido perpetrados aos macuas e nós nunca tenhamos reagido veemente.

Nota: Comuniquei a muitos macuas sobre este tema. Sugiro que todos facam o mesmo.

Reflectindo disse...

Mano Heyden

Alguns reparos

Não conheces a Maria Moreno – já devias ter a conhecido se te interessasses por aqueles que bem ou mal discustem sobre Mocambique na Assembleia da República. Maria Moreno entra na história de Moçambique como a primeira mulher a chefiar uma bancada parlamentar. Entre 2005 e 2008, ela foi chefe da bancada da Renamo. A sua chefia foi apreciada por muitos observadores e analistas, incluindo simpatiantes da Frelimo. Entrou em desentendimento com a liderança da Renamo precisamente porque recusou-se a ser absurda.
Nas eleições autarcas de 2003 e 2008, Maria Moreno foi candidata a edil de Cuamba. Tanto nas de 2008 como nestas intercalares ela havia sido considerada a favorita...
Nas eleições gerais de 2009 Maria Moreno foi cabeça de lista do MDM no círculo eleitoral de Niassa.
Na minha maneira de ver, nós, tu incluso, deixamos a Moreno sempre a batalhar sozinha – o problema da desunião.

Heyden disse...

Alo Katawala,
Um abraco para si e passe bom Domingo. Um dia desses, quem sabe, poderemos sentar e tomar um copo.

Caro Heyden,
Admirei o perfil que descreveste da senhora Maria Moreno. Nem squer sabia que os individuos que mencionaste e os mencionados por Jonathan era macuas. Macuas da elite que conheco e Nihia, Mrcelino dos Santos, a ministra do trabalho cujo nome esta me fugir, Katupa. Sei que deve haver muitos por ai, mas pouco sei deles. Infelizmente nunca vi nenhuma imagem video de um debate da AR. Unico video que vi no Youtube e aquele onde MC Roger e gozado com outros jovens, aqeuilo parece estar a acontecer no parlamento juvenil, se nao estou em erro.
Parecido com aquilo que o tal oficial do exercito seu conhecido dizia dizia sobre nos, sempre estive fora da arena politica. Nunca estivi la e nunca ninguem me convidou a la estar. Mas pode ser pelo facto de ser NERD. Conheces o significado de Nerddness? Eu nao conheco outra palavra equivalente em Portugues. So para dar exemplo, na maioria de filmes de ficcao cintifica onde se usa muita tecnologia, um sera um NERD, se for mulher sera uma GIG. Esta a ver o tipo de pessoa que estou a dizer?

Heyden disse...

Bom, ja noto agora que escrevo mesmo mal. Por exemplo, eu nao estou a dizer que temos que nos abstermos das eleicoes. Quem sou eu para dizer o publico para se abster? Apenas disse, que abstencoes e tambem um metodo que em algumas partes do mundo, funcionou e continua a funcionar. Acrescentei ainda dizendo que, para o sistema de abstencao funcionar em Mocambique, seria necessario outra batalha de lei que dissesse que, quando nao se atinge o valor percentual tal, nao se ganha a eleicao, ou seja, se perde a eleicao. Nao e pensamento animal este, porque a nao se definir um minimo, acabamos por ter tais vitoriosos em eleicoes em que ninguem foi votar, e nao seo, e ignorar a mensagem implicita dos abstentes. Quanto a questao de pensar que nossos comentarios de facto influenciam os leitores? Ate ha muita materia dicutir. Por exemplo, em Marketing Research pensa-se que para mudar a atitude deve-se gastar muito dinheiro. Essa e a razao que publicidades passam no nossa ecram milhares de vezes. E tambem a razao porque campanhas eleitorais se tornam um teatro como tem sido. Quatro elecopteros, uma equipa inteira, dois a tres meses no terreno, a falar a lingua local, ou a prometer luas as populacoes. Isso e porque podes, ate mudar as percepcoes das pessoas sobre as coisas, mas para mudares os comportamentos, ai eu sou a autoridade para dizer o que se deveria fazer. Nao quero de modo algum minimizar os esforcos que fazes para nos manter informado sobre estas coisas, ate que sao a base do meu conhecimento.

E com toda a venia, aproveito a oportunidade para me demitir dos comentarios porque se nem de politica nao entendo, muito menos de comentar a politica em si. Ja me convenci, e prefiro voltar a nadar rio onde sou peixe.
Aquele abraco

Reflectindo disse...

Mano Heyden,

O desejo para valorizar o significado de abstencões existem em muitos, mas também há perigo de gratificar aos que se abstem aos seus deveres cívicos por preguica, apatia e outros vícios. Nesse sentido muitos país optam por votacão obrigatória e caso não, é multado, por exemplo, no Brasil. Em democracias maduras, os cidadãos usam actualmente o voto para pressionar os governos, daí que por exemplo os PIRATES podem ganhar espaco. Os que usam abstencão fazem cálculos sobre o peso dos seus votos. Portanto, se eles haviam contribuido para um partido ganhar eleicões ou assentos parlamentares, então sabem que se se abstem ou se votarem noutro partido, o partido a que tinham votado nas eleicões anteriores perde. Portanto, cada medida é conforme a lei eleitoral vigente e não o desejo individual.
Isto significa que para que mudancas políticas se operem em Mocambique, é necessário o nosso engajamento político.

No meu ponto de vista, demitir-te de comentários é o pior que podes fazer porque voltarás não acompanhando devidamente ao que acontece na arena política em Mocambique e muito menos a identidade macua. Aqui a confrontacão de ideias faz-nos aprender e nada aprenderiamos se partissemos de um consenso ou tivessemos medo de sermos rotulados. Veja que o prosseguimento do debate ajudou-te a conheceres muitos Macuas da "elite" que porém são não presidenciáveis. Eu digo que muitos desses são apenas isca de votos. Agora vais saber também saber que Marcelino dos Santos não é Macua mas sim um Ronga. Eu só soube disso em 2005 a partir deste Raúl Novinte que havia lido um excerto de Eduardo Mondlane sobre o então jovem Marcelino dos Santos e é desse que questiono porque se fez ou o fizeram passar por Macua? Qual era a necessidade? Durante a Luta de Libertacão Nacional, perdemos sim o Macua de coracão, Filipe Samuel Magaia... Vamos também fazer alguma escavacão para conhecermos o que não se revela por conveniência.

Atulale disse...

Concordo plenamente com o Gito

Atulale disse...

Quando iras fazer algo para Niassa?
Via ferrea inezistante, estradas intransitaveis, e muito mais...

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