quinta-feira, setembro 16, 2010

Ordem do Conselho de Ministros está a criar agitação no seio dos funcionários públicos

Levantamento de absentismo laboral nos dias das manifestações

Funcionários entendem que o Governo pretende proceder ao desconto salarial.
Reina cepticismo e agitação no seio de muitos funcionários públicos das diversas instituições do Estado, em Maputo. Em causa está uma carta emitida e assinada pela ministra da Função Pública, Vitória Dias Diogo, ordenando as instituições públicas o envio de dados sobre o nível de absentismo laboral verificado nos dias das manifestações populares, (01, 02 e 03 de Setembro corrente).
A carta em alusão é datada de 06 de Setembro de 2010 e determina que sejam enviados, ao Ministério da Função Pública, os dados acima referenciados, até ao dia 15 do corrente mês (ontem). Ora, é no dia 15 de cada mês que a nível do Estado fecha o levantamento de faltas para posterior processamento dos salários, daí que muitos funcionários concluem que com esta medida pretende-se fazer descontos salariais ou repreender os que faltaram ao trabalho.

Conteúdo da carta

Com referência n°443/MFP/GM/029.33/2010, o documento que está a gerar polémica tem o seguinte conteúdo:

- As acções de agitação popular verificadas nos dias 1,2 e 3 de Setembro corrente, nas cidades de Maputo e Matola, provocaram uma ausência massiva de funcionários e agentes do Estado nos seus postos de trabalho, afectando negativamente o normal funcionamento das instituições da administração pública.
Neste contexto, o Conselho de Ministros orientou o Ministério da Função Pública (MFP), no âmbito das suas atribuições, para apresentar um relatório sobre o nível de absentismo na administração pública, verificado durante o período acima mencionado.

Fonte: O País online - 16.09.2010

Reflectindo: E os chefes estavam nos postos de trabalho nesses dias?

4 comentários:

Nelson disse...

Pode ser que se pretenda apenas colher dados numéricos em relação às ausências. Pode ser!

Reflectindo disse...

Nelson

Eu até concordo que a pretensão seja essa. Aliás, é bom que isso se faca para avaliar-se o impacto das manifestacões na funcão pública e mesmo no sector privado.

Entretanto, é preciso também apurar as causas de agitacão no seio dos funcionários públicos. Porquê uma simples questão, se for isso, cria agitacão? Por acaso não sei responder esta questão.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo,
a causa da agitação foi o boato.
Nenhum governo iria penalizar funcionários, tendo em conta que não havia transportes publicos.
Alias, nem se trata de adesão a greve, mas sim impedimento de chegar ao local de trabalho.

Mateus

V. Dias disse...

Esta decisão da ministra é um abuso mesmo.

Zicomo