terça-feira, setembro 21, 2010

MDM: Jogos Africanos deviam ser repensados

O Movimento Democrático de Moçambique diz que a questão da organização dos Jogos Africanos devia ser repensada. “... são por aí 250 milhões de dólares que estão a ser investidos para estes jogos. Temos que repensá-los em nome da poupança”.
Nesta edição, o secretário-geral do MDM, Ismael Mussá, em nome do seu partido, apresenta um plano que, na sua óptica, deveria ser seguido pelo governo, visando fazer uma “verdadeira poupança” dos dinheiros públicos, no âmbito das medidas de austeridade anunciadas pelo governo.

Na qualidade de secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique, qual é a análise que faz das decisões anunciadas pelo governo, visando minimizar o custo de vida das pessoas?

Acho que o Governo tomou aquelas decisões num ambiente de muita emoção. Era um momento de nervosismo, agitação e muita emoção, e acabou, se calhar, por tomar estas decisões erradas. O que seria correcto era apresentar as ditas medidas e mostrar em números o que estas medidas trariam, em termos de poupança e contenção para o país. O Executivo deve, de imediato, apresentar à Assembleia da República uma proposta de Orçamento Rectificativo, onde deve demonstrar com clareza que vai poupar X e que o mesmo será aplicado neste e naquele projecto. Só assim é que nós, na qualidade de parlamentares, poderemos fiscalizar, porque o orçamento é aprovado em forma de lei. Neste momento, nenhum deputado estará em altura de compreender as medidas tomadas, o que irá dificultar a sua fiscalização.

Na óptima do MDM, o que deve ser feito para melhorar estas medidas...

Primeiro, essas medidas devem ser transformadas em números. Aliás, essas medidas são de curto prazo, e o que todos nós não sabemos é o que vai acontecer pós-Dezembro, uma vez que as medidas terminam nesse mês. É aí onde todos esperamos por uma resposta a longo prazo do Governo, para se resolver esta questão.

O MDM concorda com o subsídio de 200 meticais por cada saco de trigo?

É preciso reparar, primeiro, que o problema do preço do pão não está no trigo. Está em vários outros factores como a luz e a água que, por sinal, não baixaram para estes escalões. Mais, para aqueles cidadãos fora de Maputo, há que adicionar ainda os custos de transporte. Portanto, o subsídio ao trigo não é sustentável.

Mas ao invés de criticar apenas (...), quais são as propostas do MDM?

Achamos, por exemplo, que a questão da organização dos Jogos Africanos devia ser repensada. Se a memória não me atraiçoa, são por aí 250 milhões de dólares que estão a ser investidos para estes jogos. Temos que repensá-los em nome da poupança. Outra questão tem que ver com as presidências abertas. Apesar de achar que é importante que o presidente dialogue com as populações, mas não deve o fazer via aérea, pois é dispendiosa. O que acho é que o presidente devia repensar nas viagens aéreas e começar a ir por terra. Por exemplo, para visitar a zona centro, pegava voo para Beira e depois usava carro para escalar os restantes distritos de Sofala e de Manica. O mesmo poderá fazer voando para Nampula e visitando os outros distritos, como fazia o presidente Samora e é mais viável hoje. A terceira grande redução de custos é na estrutura do Governo, dado que a actual é muito pesada. Por exemplo, ao invés de termos 28 ministérios (28 ministros e 26 vice-ministros), podemos fundir alguns e, pelos cálculos, teríamos apenas 13.

Fonte: O País online - 20.09.2010

11 comentários:

Abdul Karim disse...

Selecionador,

US$ 250.000.000 muita mola, bolada so,

Da quantos hospitais ? escolas ? sacos de pao ?

Mascote 'e "tojito" ? 'e bolacha ? ou frango ?

'E o que "tojito" ?

Abdul Karim disse...

Mussa 'e atrevido,

Quer reduzir de 28 + 26 = 54 ministros e vice ministros , pra 13,

Mussa quer acabar a vaca leiteira deles.

Muito atrevimento, nao vao aceitar, aquilo 'e vaca leiteira dos hipotamos e gulopotamos,

Aquilo nem se pode mencionar em diminuir, vaca leiteira 'e sagrada, ninguem pode pensar em tocar.

Helicopetros tambem nao pode acabar, se nao fica mal guebuza andar de carro,

Patrao 'e patrao, helicopetro marca presenca mais do que "fobana", com patrocinio do G19.

Tomás Queface disse...

Mais uma vez alguém apareceu tarde de mais. O Projecto dos Jogos africanos já iniciou faz tempo, e recuarmos é desperdiçarmos todo investimento feito. O "Marketing" sugere que nós vendamos a nossa imagem para o mundo, de modo que possamos atrair investimentos ao nosso país. E esses jogos africanos acredito que poderão mostrar as nossas potencialidades ao mundo. Nós temos muita coisa a ser explorada aqui em Moçambique. Se nós não temos capacidades que chamemos aos nossos amigos estrangeiros para vir investir.

Outra coisa, nós não estamos a investir nestes jogos somente a pensar no lazer, acredito que haverá ganhos financeiros com isto. Muita gente vai ser empregada. Tenhamos os Jogos Olímpicos e o Mundial que em breve se realizará no Brasil. Eles terão muitos ganhos com isso. O desporto hoje em dia abre as portas a muitos investimentos. E pela primeira a África e talvez o mundo vai olhar para nós.

Abdul Karim disse...

Queface,

Faco votos que tenhas razao,

Em relacao 'a nossa imagem, nao sei se jogos vao a tempo de recuperar.

O estrago feito por este governo na imagem internacional de mocambique, nao 'e recuparavel com Jogos Africanos, e o prejuiso deste mesmo estrago de imagem 'e muito superior ao investimento de US$ 250.000.000.

Essa 'e minha opiniao, mas faco votos para que tenhas razao.

Tomás Queface disse...

O Orçamento é esse Karim. Mas pode se reduzir um pouco, uma vez que quem nos ofereceu o estádio nacional foram os chineses.

Sim. A imagem de um país a arder circulou o mundo no início do mês. Então, quando todos se lembrarem de Moçambique, verão aquelas imagens. E precisamos mudar urgentemente.

Vamos ver o que vai acontecer.

Abdul Karim disse...

Isso Meu Irmao,

Nao sei nao.

Nao quero ser pessimista, mas vamos ver o que vai dar,

Nelson disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nelson disse...

Me parece muito cedo camaradas para nos termos esquecidos oque aconteceu com o recente Mundial de Futebol da Africa do Sul. Falou-se muito de "aproveitar" as potencialidades, vender imagem e etc. Houveram montes e montes de seminários, workshops, desenhar estratégias, comissões multisectoriais, gabinetes disso e aquilo e blá blá mas na hora H nada. Come on people!

Abdul Karim disse...

Isso Nelson,

Eu nem sequer quiz tocar nesse ponto com o Queface, focalizei apenas na imagem,

Os jogos em si nao vao acrescentar nada, a esta altura do campeonato, tem mais chances de dar pro torto, e se "falharmos" como no mundial, ai o prejuiso tangivel do investimento feito e intangivel da imagem, vai ser mais rapido que "slot machine" do casino a dar "banca rota"

Note que eu uso o termo "falharmos" no sentido mocambicano, embora quem falha sao eles "o governo" que sao mesmo de sempre, e nos so pagamos pelas falhas assumindo-as, mocambicanas. mas nao somos nos que falhamos assim como nao somos nos que matamos Povo e nem disparamos duma varanda pra matar criancas. As criancas eram nossas e Povo somos Nos.

V. Dias disse...

Visto, passa.

Zicomo

Anónimo disse...

Parabens Queface,
muitos preferem ser oposição em relação a tudo que é planificado pelo. Todos estamos coinciente das mais valia que a organização dos jogos olimpicos trarão para o país.

So um politico retrogrado e com visão miope para propor essa medida. A isso chama-se populismo barato.

Ps.disseram que o país não ganhou com o mundial. Mas esqueceram-se que foram os primeiros a redifundirem, com popmpa e circustancia, que a Alqaeda estava a preparar-se em Moçambique para atacar no mundial. Que pessoa sã iria fazer turismo num país que serve de campos de treino da Alqaeda?

Ibraim Nalá