quinta-feira, junho 03, 2010

Embaixada dos EUA não recebe Bachir

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A EMBAIXADA dos Estados Unidos da América em Maputo declinou ontem, receber em audiência o Presidente do Grupo MBS, Mohamed Bachir Suleman, considerado pelo governo daquele país como “barão de droga estrangeiro”. O encontro havia sido solicitado pelo empresário a fim de exigir provas das acusações que lhe são imputadas.
Máximo Dias, advogado de Mohamed Bachir Suleman, explicou ao nosso Jornal que o pedido entregue na quarta-feira, dia em que foi conhecido o relatório americano, assinado pelo respectivo presidente, Barack Obama, foi recusado e, como sugestão, a Embaixada recomendou ao dono do Grupo MBS a entrar directamente em contacto com o Departamento do Tesouro americano ligado ao narcotráfico, em Washington. Esta entidade é que se encarrega de aplicar sanções a entidades acusadas de pertencer a barões de droga.
Tobias Bradford, da Embaixada dos EUA, disse a jornalistas que declinou receber o empresário porque o assunto deve ser abordado directamente com o Departamento do Tesouro, entidade que incluiu o nome de Mohamed Bachir na lista de narcotraficantes. Ainda ontem, segundo Tobias Bradford, o Departamento de Tesouro dos EUA enviou à sua Embaixada em Maputo a carta que explica e detalha as acusações que pesam sobre o dono do Grupo MBS mas que a defesa de Mohamed Bachir não confirma a sua recepção. A mesma fonte disse que uma comunicação sobre o mesmo assunto foi feita oficialmente ao Governo moçambicano, explicando em pormenor as razões que levaram o empresário a ser alistado como barão da droga.
No seguimento da identificação feita pelo Presidente Obama do barão da droga moçambicano, Mohamed Bachir Suleman, em conformidade com a Lei de Designação de Barões da Droga Estrangeiros, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos designou três empresas na sua rede de tráfico de narcóticos. O Gabinete de Controlo de Bens Estrangeiros do Departamento do Tesouro designou o Grupo MBS Limitada, Grupo MBS – Kayum Centre e o Maputo Shopping Centre como traficantes de narcóticos especialmente designados, devido ao facto de serem da propriedade de Mohamed Bachir Suleman ou estarem sob o seu controlo. A acção congela quaisquer bens que as três entidades possam possuir e que se encontrem sob jurisdição dos Estados Unidos e proíbe as entidades dos Estados Unidos de realizarem transacções financeiras ou comerciais com as mesmas.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma ser cedo demais para se pronunciar com relação às acusações do Governo americano de declarar o proprietário do Grupo MBS, Mohamed Bachir Suleman, como barão da droga estrangeiro. Contudo, segundo fonte da PGR, caso o trabalho em curso de recolha de dados esteja concluído, Mohamed Bachir Suleman será notificado a fim de prestar declarações.

Fonte: Jornal Notícias - 04.06.2010

Reflectindo: aqui vai a questão que tenho me colocado. Será que a PR, o PM e o MIME pensaram sobre a utilidade da carta de Bachir? A embaixadora falaria com o Bachir violando a decisão do seu governo?
Por outro lado, o PR, PM e (MINE (Ministro dos Negócios Estrangeiros) não deixaram de assumir o seu papel para assumirem-se advogados de Bachir. Afinal o papel do governo moçambicano não é averiguar independemente se Bachir é ou não barão de drogas?

1 comentário:

Viriato Dias disse...

É legítima a resposta da embaixada.

Zicomo