sexta-feira, maio 14, 2010

Reflexão sobre o conflito de Ile, Zambézia

Esta reflexão é em resposta a este artigo aqui do trabalho do jornal O País e foi postado aqui.

Por Jorge Saiete

Mano, o que os litigantes nos dizem a primeira vista (declarações do administrador e do seu SP ao Jornal) pode não configurar o real problema" Normalmente nos dão as folhas e ramos mas o que nos interessa para compreender o conflito são as raizes mas para acedermos a elas temos um grande caminho a percorrer.

Os casais dizem que se diviorciam porque, não se respeitam, se violentam etc, mas o problema pode estar na cama onde as coisas não andam como devia ser e isso nunca nos dizem, contam nos apenas os efeitos.

Quando uma mulher vai se queixar á policia, diz que o marido lhe espanca e a policia trata de chamar o marido para lhe trancar ou outras formas de castigo. mas fazendo isso, a policia não está a resolver o problema, pois não está trabalhando com as causas mas sim com os efeitos. E o resultado é que logo que saiem da esquadra e antes de chegar a casa o embroglio recomeça e a porrada é incontrolavel.

O que os governantes de Ile fizeram é apresentar suas posições aos jornais e nós devemos tentar compreender os interesses e se possivel as suas necessidades. O Governador perdeu o seu tempo em Ile porque foi pegar nas posições e não procurou perceber os interesses em jogo. Para além disso, perdeu seu tempo com as pessoas (Administradora e seu SP) e não no assunto que os divide. Quando ele diz “quem manda no distrito é a administradora e não o secretário permanente”. Parce que está a sugerir que o SP deve cumprir qualquer ordem da administradora mesmo que contraproducente ou ilegal.

No caso Ile temos que tentar perceber, os interesses em jogo. À primeira vista, estamos perante interesses meramente psicológicos, mas há que considerar também os interesses substantivos (o poder material, lembre, meu irmão, que quem é executivo é o SP e a Admistradora é um corta fitas e isso irrita a muitos) mas também há que ver os interesses processuais (como as coisas são feitas, quem “efectivamente” define as regras da casa, que processos e procedimentos internos existem, quem os define e porquê?). Há que ver também se não haverá incompatilibilidade ou intolerancia aos valores/ crenças de cada uma das partes? Como é que a informação flui e qual é a capacidade ou predisposição de cada um de perceber as mensagens emitidas? e a auto estima? e a sindrome de inferioridade ou superioridade?

Mas é preciso também ver, quem são efectivamente as partes primarias/principais neste conflito e quem são as secundárias. quem nos garante que a administradora e o SP são as partes principais? não serão simples caixas de ressonancia de algo muito maior? Que influencia têm as partes secundarias (partido, conselho consultivo, equipe tecnica distrital, secretariasprovincial etc) neste conflito? De que lado se posiciona cada uma das pessoas ou entidades? Que interesses cada um tem?

Em suma, eu só tenho perguntas e nenhuma resposta quanto a este caso. aquele abraço

Maio 13, 2010

2 comentários:

V. Dias disse...

Visto, passa.

Zicomo

Anónimo disse...

Perguntas razoáveis, talvez de respostas pouco consentâneas (até difíceis, conceptualmente) e sequentes.
Esperar (para tirar ilacções) e ver (as consequências).

Zacarias Abdula