terça-feira, outubro 18, 2011

Que se pretende com a revisão

Firmino Mucavele, da UEM

O director do Gabinete para a Reforma Académica e Integração Regional da UEM sintetizou os objectivos do processo em curso na pertinência de responder às necessidades do país, melhoria da qualidade, garantia da flexibilidade e mobilidade bem como na facilitação da integração regional e no mundo. O estabelecimento de um quadro de referências de qualificações na UEM em direcção ao esforço feito ao nível nacional e a criação de oportunidades de percursos flexíveis de aprendizagem e processos de reconhecimento de aprendizagens anteriores são outros objectivos na mira da reforma académica cujo processo é dirigido por Firmino Mucavele. A fonte voltou a negar a existência de desinteligências em torno da reforma. “Há opiniões de pessoas que não entendem o que é reforma académica”, disse, reiterando que só pode “criticar o nosso trabalho quem é doutor”. Para ele, só pessoas com aquele grau académico estão habilitadas e em condições de interpelar criticamente a reforma em curso, pois passaram dos três ciclos. “Um licenciado só pode opinar e a maioria dos que opinam só falam”, disse.


Para o ano académico 2009, só as faculdades de medicina e das engenharias é que poderão implementar a reforma, pois são as únicas que se encontram em fase avançada. “O processo demora nas faculdades onde não temos doutores, os mestrados têm dificuldades de discutir o que a reforma pretende”. As propostas das faculdades (perfís profissionais, competências e créditos) são submetidas ao Conselho Académico e depois ao Conselho Universitário para aprovação. “Não há redução de horas, mas especificação de competências, práticas universais e competitivas”, apontou, referindo que disciplinas que não dão competências são eliminadas. A UEM conta actualmente com aproximadamente 200 PhD e cerca de 300 mestres.

Pilares

O processo em curso assenta em três pilares, nomeadamente Sistema Nacional de Avaliação, Acreditação e Garantia de Qualidade do Ensino Superior (SINAQES) – criado pelo Decreto nº 63/2007, Sistema Nacional de Qualificações do Ensino Superior e o Sistema de Acumulação e Transferência de Créditos Académicos no Ensino Superior. Os últimos dois documentos ainda não estão disponíveis em Moçambique, sendo o único país da SADC por implementar uma das decisões da reunião dos Chefes de Estado de 1997em Gaberone, capital do Botswana.

Aos olhos de Mucavele, a adopção de um sistema de cursos longos, fora do contexto de desenvolvimento nacional não é propício para o país não só pelo desperdício de recursos, como pelo prejuízo em que se traduz para os estudantes do ensino superior em Moçambique.

Portanto, continua, urge assegurar aos estudantes condições de formação e de integração profissional similares, em duração e conteúdo, às dos restantes Estados da SADC.

“A fixação do número total de créditos, e consequente duração do ciclo de estudos é um passo fundamental para a efectiva reforma académica”, observou.

Mas é preciso proceder-se à definição daquilo a que os reformadores chamam de perfis para exercício profissional, competências gerais e específicas associadas aos perfis e o enquadramento das necessidades da sociedade em matéria de competências, capacidades e conhecimentos.

A definição dos perfis e competências de formação deve incluir a adopção de soluções coerentes que garantam a legibilidade e compatibilidade com a estrutura de graus da SADC e de soluções que permitam a mobilidade bidireccional, nacional e internacional de estudantes.

Deve incluir também a adopção de medidas que permitam uma diferenciação visível das competências e de compromissos de oferta que respondam às necessidades de uma educação sólida com uma componente vocacional de profissionalização adequada às necessidades do país e dos jovens.

Créditos

A reforma académica estipula que um estudante deve cumprir aproximadamente 60 créditos por ano. O crédito académico - unidade de medida do trabalho do estudante sob todas as suas formas - varia de 25 a 30 horas entre horas de contacto directo, trabalho independente e trabalho prático e de pesquisa. No primeiro ciclo, o graduado/bacharel/licenciado terá entre 180 a 240 créditos, no segundo, o pós-graduado/mestre terá entre 90 a 120 créditos e, no terceiro, o doutor (PhD) terá entre 180 a 240 créditos.

Ciclos

Com a reforma, a UEM terá três ciclos, nomeadamente primeiro, segundo e terceiro.
Mucavele explica que no primeiro ciclo, o estudante deverá adquirir conhecimentos abrangentes, especializados, factuais e teóricos numa determinada área de estudos ou de trabalho e consciência dos limites desses conhecimentos. Para a conclusão deste ciclo, o estudante não precisa de fazer monografia nem defesa de tese. “O estudante faz um projecto e um estágio”, disse, sublinhando que só no segundo ciclo o estudante deve fazer monografia e no terceiro uma tese. A fonte chamou a atenção à imprensa que “nenhum engenheiro, nenhum médico será formado no primeiro ciclo”. O que teremos, explica, são técnicos em engenharia e graduados em ciências médicas. “Para se ser médico, a pessoa terá que fazer o mestrado, é aí onde vai fazer uma especialização”.

Já o graduado no segundo ciclo (mestre) deverá ter aptidões especializadas para a resolução de problemas em matéria de investigação e/ou inovação, desenvolver novos conhecimentos e procedimentos para integrá-los em diferentes áreas.

Cabe ainda ao projectado mestre da UEM gerir e transformar contextos de estudo ou de trabalhos complexos, imprevisíveis e que exigem abordagens estratégicas novas em acções de realização efectiva e eficiente de actividades.

Por seu turno, o doutor (PhD) projectado na reforma académica deverá ter aptidões e técnicas das mais avançadas e especializadas, capacidades de síntese e de avaliação necessárias para a resolução de problemas críticos na área da investigação e/ou da inovação. O PhD terá ainda que possuir capacidades para alargar e redefinir os conhecimentos e práticas profissionais existentes, sempre demonstrando um nível considerável de autoridade, inovação, autonomia e integridade científica.

Fonte: Savana

14 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, o colono dizia que o mocambicano "indigena" devia fazer o ensino primario em 7 anos. Partia do principio de que os meninos negros eram diferentes dos meninos brancos e nao haviam desenvolvido nenhuma competencia quando chegavam 'a primeira classe.

Ignorava o colono que na pastoricia, na caca aos passarinhos, na machamba e nas brincadeira noos aprendiamos a contar, a conhecer as cores, atee anatomia e botanica.

Hoje ha os que dao razao aos colonialistas. Alegam que o mocambicano, coitadinho, ee diferente dos outros povos. E que por isso deve levar o dobro do tempo das outras nacoes a fazer um curso.

A explicacao que apresentam ee de que o nosso ensino ee de baixo nivel. Entretanto, nunca ninguem explicou porque os jovens que saem de uma escola qualquer de Ribaue ou de Manjacaze, quando chegam laa fora fazem o curso universitario com um pee nas costas. Muitas vezes numa lingua de que nem sequer tinham ouvido falar.

Ha tambeem muitissimos casos de estudantes das universidades mocambicanas que vao aumentar seus conhecimentos fora. Nunca precisaram de aulas de explicaacao. E muitas vezes numa lingua completamente barbara como o chines, o russo, o danes, o sueco, o alemao, o ingles ou o arabe.

Para mim, a alegacao do baixo nivel de ensino ee politica. Visa eliminar os filhos dos indigenas da competicao no acesso ao emprego. Aos recursos. Ee soo atirar-lhes na cara que o que estudaram nao vale nada.

Quanto aas ordens de engenheiros, medicos e advogados as suas motivacoes sao obvias. Quanto mais tempo se levar a tirar um curso, menos competicao na praca, pois poucos competidores terminam os cursos. Muitos deles, na sua qualidade de docentes, nunca tiveram vergonha na cara de graduar dois ou tres estudaantes por ano. A medicina, as engenharias e o direito eram campeoes nisso. Mazula ee que iniciou a luta para alterar isso. Com algum sucesso, pois os niveis de graduacao comecaram a melhorar no tempo dele. Embora com muitos murmurios e desccontentamento como agora.

Havi na UEM docentes que diziam que para fazer medicina ou direito era fundamental haver antecedentes familiares. Os que nao tivessem esses antecedentes eram sistematicamente chumbados e alguns desistiam. Reflectindo pode imaginar quem eram esses que careciam de antecedentes familiares. Os que vinham de Ribaue e de Manjacaze, claro. Os filhos dos indigenas.

Creio que ee a mesma motivacao que guia a resistencia de uma pessoa sensata e inteligente como Lourenco de Rosario. Ele tem intersse directo na demora dos cursos. Ee dessa forma que mais dinheiiro flui para os seus cofres. Por uma questao etica ele nem devia se pronunciar.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

O que as ordens estão a fazer, Frank Parkin definiu por fechamento social por exclusão...E acho que é normal, pois nenhum grupo gosta de perder a hegemonia...quanto menor formos, maior será a procura pelos nossos serviço.
Os médicos, engenheiros e advogados sabem que em menos de 4 anos terão mais 5.000 concorrentes...ai terão que baixar e melhorar o valor dos seus serviços.
Caro Viriato Tembe, parabéns pela tua argumentação...foi muito feliz.
Quando fui a Portugal era obrigatório voltar a fazer a 12 e na altura tirávamos notas espectaculares, resultado: o moçambicano hoje tem acesso directo as universidades Portuguesas. Será que era necessário tal teste aos indigenas?
Hoje vemos em Portugal muitos médicos, engenheiros, advogado, enfermeiros, etc., vindos do leste europeu, que tanta falta fazem a sociedade portuguesa, a trabalharem nas obras...isso porque as ordens locais não aceitam a integração de profissionais estrangeiros.
Os médicos moçambicanos são obrigados a fazer exames na ordem dos médicos de Portugal, enquanto que, em Moçambique, os médicos estrangeiros nem apresentam os diplomas.
Avante Padre Couto, sei que haverão muitos detractores e defensores do colono, mas o senhor já provou que não verga perante pressões baratas...a qualidade e a expansão que a UCM tem hoje é graças a sua determinação.
Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Reflectindo disse...

Caro Viriato

Entendo o que dizes e concordo em parte contigo. Mas acho que estás a ir longe demais a procura de sustentação do teu argumento. Quero te recordar que está a chegar um tempo que a maioria dos moçambicanos já não compra os argumentos que se baseam no colonialismo para explicarmos as nossas prováveis falhas no futuro.

Veja meu caro amigo, que mesmo os que começaram estudar na última parte da década sessenta, eu incluso, não passaram pelo sistema de ensino rudementar e elementar. Portanto, o ensino ficou reformado muito antes da nossa independência.

Sem eu querer desculpar o sistema colonial, mas para criticá-lo precisamos de aprofundar pelo que estava de facto errado e como ele estava construido pelo menos até o período antes da constituicão de movimentos reivindicativos e das lutas armadas de libertação de África. Mas isto é uma outra conversa, pois o que estamos a discutir nada tem a ver com o colonialismo.

Mas antes queria dizer duas coisas: a primeira, é que eu fiquei na pré-primária quase durante quatro anos. A minha escola dos missionários católicos, dessas que eram para os indígenas. Era uma escola com muitos alunos, não sei dizer o número, mas acredito que eramos mais de 200, a maioria na pré em todos anos. Nas 1.a - classes eram muitíssimo poucos alunos que lá chegavam, isso para não falar das 2.a -classes. Ainda na pré, eu sabia ler, escrever e fazer contas. Lia o livro do meu grande amigo que frequentava a 2.a-classe. Ele que também me ditava. Os meus amigos sabiam o que eu sabia, mas o professor não sabia nadinha de mim. Eu evitava bastante que ele soubesse que sabia ler, escrever e fazer contas. Eu não queria estar sob seu controle. Numa manhã e já estavamos no segundo-trimestre eis que o professor me chamou para ir fazer ditado na 1.a – classe em que apanhei apenas três erros. O professor decidiu que eu devia permanecer naquela classe. Mas afinal o professor havia se informado sobre mim pelo meu grande amigo que no fim de semana anterior havia ficado na casa dele. Algo para reflectir sobre o impacto de muitos alunos para poucos professores????

A outra coisa que queria dizer é que há bem que vem de mal. Da maneira que eramos exigidos, sobretudo nós os indígenas, no tempo colonial, ajudou que mesmo os que apenas tinham concluido a quarta ou sexta-classe para não falar de oitava ou nona-classe, fossem capazes de colmatar os problemas básicos que enfermaram o nosso país no período pós-independência. E Viriato parece conhecer bem esta história. Seja como for, deve ser desses que penso que Viriato fala que mostraram quão génio tinham quando foram fazer cursos que até geralmente são para estudantes com competência para o ensino superior no leste.

Mas não vamos negar que no contesto geral (a maioria dos alunos) o nosso ensino perdeu a qualidade.

Não vamos negar que a massificação do ensino tem o seu custo que quando não dado em conta tem um impacto indesejável. Neste caso, porque muitas vezes não observamos as condições temos a qualidade do nosso ensino degrada-se cada vez mais.

Mas há uma coisa que temos que ter atenção às generalizações. Pois os exemplos que o amigoViriato dá, podem ser de pessoas que escapam a deterioração. Ao contrário do que o meu amigo diz, os que escapam a degradação do ensino em Moçambique, são na sua maioria filhos de país com o poder de compra de explicadores ou mandar os seus filhos para as escolas privadas.

O ensino neste contexto é excludente, é como quando existia o ensino para para europeus e assimilados num lado e no outro para os indígenas. Claro que há filhos dos camponeses de Ribáwè ou Manjacaze que escapam desta degradação, mas são casos particulares e sempre há os que contornam sistemas excludentes.

Mais, eu apoiara as reformas de Brazão Mazula, mas sobretudo porque elas abriam/desvendam algum enigma. Em vez de ser qualquer um a dizer que o ensino tinha piores qualidades em Manica que em Maputo, fora provado com o sistema de quota. Lá vimos que muitos alunos vindos das províncias não conseguiam pelas provas de admissão competir com os do Maputo que ocupam os melhores lugares. Estamos agora a falar de Moçambique, do que acontece dentro das fronteiras de Moçambique cujos responsáveis para solucionar é cada um de nós...

Veja-se que até aqui desviei-me bastante sobre o assunto de que deviamos discutir – a reforma curricular da UEM. Mas isto, deve-se aos desvios dos outros.

Eu sugeria que discussemos a questão da reforma, a qual a UEM nunca nos proporcionou que como cidadãos desta pátria temos o direito em dizer algo. Não concordo definitivamente com o que Firmino Mucavele disse segundo a qual quem pode criticar são só PhD. Se forem só os PhD quem devem criticar a reforma, tenho a certeza que lá no Conselho de Ministros foram pouquíssimos os que puderam abrir a boca. E, para que levar à Assembleia da República para o debate?

Mas de todas as formas há neste texto pontos que nos permitem iniciar o debate. Uma vez apresentados os ciclos e créditos, não parece ser algo que precise de uma guerra, mas uma explicacão e depois um debate que possa melhorar a reforma.

Grau de bacharel em 3 anos e licenciado 4 anos, não acho nada mau. Até porque aumentam-se os créditos e quase matem-se o período de duração. Mas acho estranho que se retire a defesa de tese, o que indica que dá-se menos importância a investigação. Neste momento a investigação está sendo levada a cabo em todos níveis de ensino em muitas partes do mundo.

O segundo cíclo entre 1,5 e 2 anos (mestrado) e o terceiro entre 3 e 4 anos (doutoramento) também não está mau.

Uma outra questão que acho estranha é que a UEM admita ao curso da medicina pessoas passando pelo bacharelamento, 3 anos, um tempo para a formação de enfermeiros, portanto, em institutos de ciências da saúde e não nas faculdades vocacionadas para a formação de médicos. Como se e o que distinguirá entre ele da faculdade da medicina e o outro que vem do instituto de ciências da saúde com o título de enfermeiro? Quanto aos técnicos de engenharia pode depender da cadeira, porque é fácil chamar somente por técnico e não engenheiro ao bacharel.

Mais uma outra questão e antiga é que não tenho certeza que se criem primeiro condições todas as faculdades de medicina ou engenharias.

Continuo a notar que há muitos que confunde encurtar-se o tempo no currículo e graduação. Se as passagens não forem automáticas muitos alunos ficarão 5 ou 6 anos para obtenção de um grau de bacharel. Será que isso ajuda?

Precisamos de saber se a longa permanência é da culpa dos alunos, professores, as instituições do ensino superior, o governo, o meio ambiente, etc.

Ximbitane disse...

Mestre, gostei do ponto de vista dos dois comentadores antes de si. No entanto, entristece-me saber que alguém como Firmino Mucavele possa dizer que só pode “criticar o nosso trabalho quem é doutor”.

Resultado disso, é que temos os tais doutores, muitos deles formados em academias estrangeiras, que depois elaboram ou ordenam que se elaborem, por exemplo, materiais desfazados da realidade. Por exemplo, o que é uma lontra para um menino de 3a classe da cidade? E para o menino do distrito?

Reflectindo disse...

Xim, ainda bem que tens esse bom olho, pois o que Firmino Mucavele afirmou é muito triste.

Um bom exemplo do que os doutores fazem, os únicos que deviam criticar aquilo que é vida de todos nós. hehehehehe? Tenho certeza que não todos os PhDs que pensam como Mucavele.

Quanto aos pontos de vistas de Viriato e Nuno, é como eu disse. São muito validos, mas julgo-os fora do contexto. Apenas o meu ponto de vista. Em parte parecem sugerir que os críticos das reformas são colonialistas, algo que desapareceu há mais de 30 anos. Duvido que as críticas sejam por egoismo, pois todos sabem que precisamos quadros, mas que esses têm que ser de qualidade.

O Nuno apresenta algum ponto muito interessante quanto à política de integracão em Portugal, mas não acho muito bom procurarmos a forma de meter Portugal (mão estrangeira) nesta discussão sobre a reforma curricular. Talvez nessas coisas de equivalências, eu tenha passado maior pesadelo que o dele. Também um problema como o do Nuno em Portugal, é apenas resultados de más negociacões dos governos mocambicano e português.

Apenas umas perguntas: será que é copiando o currículo da Bolonha que nos valorizarão na Europa ou noutras partes do mundo? Será que os académicos chineses e indianos que são muito valorizados nos EUA passam por um currículo da Bolonha ou americano? Penso que as são mais complicadas que como muitos pensam.

Unknown disse...

o que fermínio está a dizer não é dele porque ele pessoalmente foi ensinado num sistema de educação criado não por Phd mas sim pela sociedade porque é este que diz que tipo de formandos quer para resolver suas dificuldades. Ora essa! até de opinar somos barrados pelo doutorismo? é por isso que se legitima erros gráves que levam o país ao abismo porque os Phd pensaram assim...que coisa!.....

Reflectindo disse...

Caro Chacate, Firmino revelou o lado mais fraco de alguns doutores, diga-se (PhDs). Espero que alguém tenha lhe puxado a orelha.

Jonathan McCharty disse...

Um conceito que costumo usar e' o de "analfabetos formados"! Uma atitude comum desta classe e' "cuspir" o seu titulo academico mesmo ao ardina e a mamana la' no mercado, quando vai comprar couve! Nao se menospreze ainda a sua sempre caracteristica "arrogancia pomposa"! Geralmente sao pessoas de uma infancia sofrida, nao muito no contexto material, mas de formacao moral e humana! Estes individuos, mesmo estudando nas mais reputadas universidades, nao se regeneram, continuam os mesmos analfabetos, os mesmos molwenes!
O Firmino Mucavele e' um "analfabeto formado"!

Unknown disse...

A partir de hoje peço autorização para usar esta para os que merecem "analfabeto formado" Jonathane hehehehe

Jonathan McCharty disse...

Chacate Joaquim!
O uso da expressao nao te ira' custar um so' centavo!!

Reflectindo disse...

Amigos, nada mais do que isso é como podemos ver o tipo de académicos como Mucavele. Ainda não estou entendendo que coragem teve ele para dizer só os PhDs podiam.

Isto demonstra por outro lado, quão a educacão em Mocambique está desassociada da democracia, muito em particular da cidadania participativa - não há interesse por parte dos dirigentes em ver o cidadão emancipado para debater os problemas sérios da sociedade. Tudo quem decide são eles lá em cima.

É destas coisas que digo que nunca as deixarei passar.

Anónimo disse...

Compatriotas,
Parece que a reforma curricular não esta sendo tão secreta como pintavam.

1. Vi um debate promovido pela reitoria da UEM, onde a oradora principal era a Vice-Reitora da Universidade de Coimbra...Na plateia não estavam só PHDs.
2. Vi o acordo assinado entre o bastonário da Ordem dos advogados e o PHD Firmino Mucavel, depois de terem debatido os fundamentos da reforma.
3. Vi que o bastonário da Ordem dos Advogados concordou com a necessidade de se fazerem as reformas.
4. Vi que o director da faculdade de direito não se demitiu por causa da reforma. Segundo deixou a entender, apesar de ser secretario da Ordem dos advogados, ele apoia a reforma.

So da opinião que arrenjemos argumentos objectivos para contrariar a reforma e não limitarmos o debate a questão dos PHDs.

Para mim, sublinho para mim, as questões objectivas passavam por:
1. Definição dos perfis dos estudantes.
2. Definição de competências
3. Elaboração do plano de estudo

Se não concordarem com os métodos propostos, ai poderiam ter razoes objectivas para discordarem da reforma.

Orgulhosamente Moçambicano
Nuno Amorim

Anónimo disse...

É uma discussão interessante.
Relembro em Setembro de 1975-sim 1975, uma reunião com Fernando Ganhão, Gideon Ndobe, Graça Simbine,Matias Khapesse, em que se abordou a reformulação curricular após o 11º ano-institutos e Universidade!
Ora sabem no que deu...já digo.
As "aves de rapina" fardadas FPLM assustaram-se, e foi a maior desgraça de todos os tempos!
Tempos da revolução marxista-leninista!
E agora ?
Faz-se o jogo da "má qualidade" para sectarizar e objectivar os negócios "obscuros" e a "diminuição da concorrência"!
Não será mais uma conspiração ?
Qual será o futuro da sociedade moçambicana, e qual será o modelo económico - (porque este só é viável com recursos humanos válidos e capazes)-?
O que é que o "analfabeto diplomado e formado" Mucavele, teve no simpósio como argumentação sobre o futuro da sociedade moçambicana?
Qual o "novo ismo" está-se preparando?
Haverá "surra" como aconteceu na Tunisia, Egipto, Libia?
O MEC (ministro chuabo) na própria pessoa está a "falhar" estrondosamente quando não dá a primazia ao ensino profissionalizante, até Moçambique decidir por uma vez por todas o modelo económico!
..O problema não é colonialismo-já passaram 37 anos!
é política baseada "sempre em Bagamoyo"!Sempre na desorganização e experiência massiva na instrução primária!
Concordo em parte com o Viriato e Nuno!

De alguém que deixou Pérola do Indico...e que teve notas acima de 87% no INSEAD e na LBS 91%!
E saiu de Moçambique, duma primária numa aldeia- missão, onde se sentava no chão, e escrevia as letras em ardósia!

Para terminar...
Não se esqueçam- "todo o ser humano é inteligente"!
E só a pode desenvolver perante motivações e ambiente!

Anónimo disse...

Sinceramente estou decepcionado em saber que um dotor pensa que so as suas ideias é que sao sublimes ignorando tudo quanto é opiniao ou ideia vindo dum inferior ao seu nivel. Sendo assim penso eu que ele esta a querer dizer que só quem é dotor é que tem opiniao valida errado como nao e os que nao sao "nada sabem" francamente. Nao posso eu em momento algum ir ao abismo porque assim pensou um dotor que isso esta certo. Isso leva-me a refletir num ponto: nao estaremos a por em causa o que por ai muito se diz "temos que densevolver o espirito de critica e auto-critica...? Puro e simplesmente porque nao somos dotores? Temos que ter cuidado com o que tiramos da boca quando a abrimos,ainda mais sendo dotor,nao nos envergonhem.