quarta-feira, janeiro 21, 2009

As contradições de Dhlakama, Guebuza e Macuácua

O Presidente da Renamo sugere um frente-a-frente com o Presidente da República e claramente também Presidente da Frelimo para um debate. Desse debate seriam participantes órgãos de informação e intelectuais e Afonso Dhlakama expressaria a sua visão sobre as políticas nacionais como é a dos sectores de Educação, Saúde, Juventude. Até aqui tudo bem, embora me pareça que ficariam de fora outros actores importantes. Entretanto, interrego-me de como o Presidente da Renamo descobriu o que sugere como importante se bem que ele próprio recusa-se em encontrar-se com membros do seu próprio partido que querem expressar a sua insatisfação quanto ao funcionamento e liderança da Renamo? Quando aos seus assessores ele chama de miúdos, recrutas e estudantes? Quando ele ataca a ala académica do seu próprio partido?

Sobre o Presidente da República sabe-se que apesar de ter sido um dos negociadores da paz e esse facto ter sido importante na campanha eleitoral de 2004; ter instalado o Conselho de Estado não tem gostado de debates com os seus oponentes. Se líderes da oposição quiserem tomar um café com ele que vão à Ponta Vermelha, mas não um debate sobre a política nacional, regional ou internacional. Para um “debate” da política nacional, Armando Guebuza, prefere convocar um Conselho de Ministros Alargado, onde participam deputados da bancada do seu partido e primeiros-secretários provinciais. Que ideias diferentes encontra Guebuza nesses encontros? Será que há debates sérios nesse tipo de encontros?

Edson Macuácua, Secretário pela Mobilização e Propaganda da Frelimo, chamou a Afonso Dhlakama de infantil, (essa linguagem da nossa esfera pública) pela proposta que apresentou. Não compreendi o que há de infantilismo nessa proposta. Será que é infantilismo quando líderes políticos de país esdemocraticamente maduros fazem um debate público? Durante a campanha vimos por algumas vezes Obama e McCain a debaterem na televisão, será que estavam a fazer brincadeiras da escolinha? Tenho visto Fredrik Reinfeldt, o Primeiro-Ministro da Suécia a debater publicamente com a Mona Sahlin a líder da oposição e mesmo com outros líderes partidários, será mesmo conversa da creche que estou a assistir? Debates entre líderanças partidárias tenho visto na Dinamarca, no Reino Unido, por exemplo em tempos de, campanhas eleitorais, crise nacional e internacional, será que é infatilismo? Em Moçambique se é mais adulto quando uma crise como a do Zimbabwe nunca reúne os nossos políticos, a ponto de cada um começar a falar dela no seu canto?

6 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de td o mais engracado é Dhlakama. Ele que justificar que nao tem tempo para pensar na segunda-volta em Nacala pq está a espera dum debate com Guebas

Anónimo disse...

Reflectindo, nenhum desses três conhece as regras da democracia.

Mpava

Anónimo disse...

Aló Reflectindo! agradeço a actualização do móbil sms recebida,

Para mim seria produtivo esse debate, não sei como é que queremos progresso se esquivamos os nossos opositores? Chissano nunca voltará a ser PR pelo memos nesse aspecto bato palmas, nunca esquivou RENAMO.

abraços

Reflectindo disse...

Caro anónimo, isso tanto preocupa-me bastante. Note, em 2005, depois das confunsões de Mocimboa da Praia, Dhlakama procurou falar com Guebuza, mas este não lhe recebeu. As suas passeatas por várias instituicões como PGR, CC, TS foram inutéis, algo que Edwin havia lhe alertado.

Reflectindo disse...

Caro Mpava, para mim isto deve ser um jogo dos três para nos distrair. É accão da Frenamo, por isso temos estar muito atentos. Para frente é que é o caminho.

Reflectindo disse...

Mano Chacate, ninguém deve duvidar que Armando Guebuza é o homem do dono da Frelimo, Marcelino dos Santos. E Marcelino dos Santos não esconde que se fosse o PR naquela altura, nunca haveria conversacões e nem esconde as suas intencoes de regresso ao monopartidarismo.

Joaquim Chissano abracou ao processo democrático, diferentemente a quem tem o estilo Kaddaffi.