segunda-feira, janeiro 28, 2008

Parabéns Itoculo (2)

Continuando,o tema anterior, ver aqui, venho com este texto apresentar a minha reflexão sobre a racionalizacão da HCB, tomando como exemplo, o consumo da sua energia no Posto Administrativo de Itoculo, em Monapo.
O distrito do Monapo conheço todo, pois que já o percorri em todas as suas localidades duma ou doutra forma. A maior parte do solo do distrito do Monapo é fértil para a prática de agricultura sobretudo para o algodão, milho, feijões. Por estas razões, o distrito do Manapo teve desde o tempo colonial grandes plantações de algodão que abandonadas pelos colonos se transformaram em machambas estatais Unidade de Producão como na altura se chamavam. No Itoculo, a zona de Marua, é o centro agrário. Em Monapo, tem-se Metocheria e Miserpane enquanto que em Netia se tem Imala 2, Mecuco e e Há também no Monapo muitas plantações de sisal as quais fazem com que o distrito tenha muitas pequenas vilas, tais como a de Ramiane no Itoculo, Mecuco em Netia, a Jagaia, Metocheria, Miserepane em Monapo, sem me esquecer da plantação de sisal situada entre a vila do Monapo e a Monapo-Rio. As plantações de sisal têm fábricas de sisal.

Contudo, há partes do distrito do Monapo com solos menos férteis ou que dão para o cultivo de cereais para o consumo familiares e um pouco mais para a comercialização. A zona onde se descreve como tendo se instalado a rede de energia eléctrica é totalmente desta úúltima categoria.

Com esta pequena apresentação do distrito do Monapo, em termos de agricultura, pretendo criar uma reflexão sobre se a ligação de energia de HCB é um investimento economicamente rentável ou não. O texto do notícias aponta claramente que apenas 25 pessoas e eu traduzo isto como famílias num universo de centenas em Muelege e Itoculo sede, onde foram instalados PTs (postos de transformação), são as que consomem a energia eléctrica.
No artigo não aparece o impacto positivo da ligação da energia eléctrica na produção de cereais e de culturas de rendimento de que o posto administrativo de Itoculo é potencial e aparece sublinhado no sua introduccão. E, pode-se compreender que embora o investimento igual seja discursivamente para estimular a produção, a instalação de energia eléctrica até no Itoculo-Sede está longe de ser essa realidade, quanto muito, ela é para o consumo privado. Mas quem são esses privados? O administrador, alguns funcionários públicos, tais como professores, o pessoal da saúde e outros que duma ou doutra forma têm trabalho assalariado. Essas que na sua totalidade são 25 pessoas ou famílias como eu quero designá-las.

Para se falar de um impulso na produção de cereais e culturas de rendimento com a instalação de energia da HCB, era necessário que se dissesse o que isto concretamente vai acontecer e onde. Com a iluminação de poucas casas não impulsionará qualquer produção agrícola, sem eu dizer que não há nisso um algum impacto positivo. Esperando que o Ministério de Educação quererá pagar pela energia, as escolas de Muelege e Itoculo, ambas leccionando até a 7a classe, isto é, EP-Completas, serão electrificada e assim se poderá frequentar em curso nocturno. A vida cultural será mais viva e os professores jovens nunca mais passarão ao que me aconteceu: sair de Muelege para Monapo-sede para assistir a um filme regressar no fim dele era uma noite sem dormir.

Mas a HCB é uma empresa com qualquer privada ou estatal que deve funcionar para fins lucrativos. São os impostos e dividendos que HCB de que todos os moçambicanos se beneficiarão e não energia eléctrica gratuita como a coisa parece ou que muitas vezes não se explica O Jornalista Mouzinho de Albuquerque já deu esta atencão. Mas se bem que são os impostos e dividendos provenientes dos lucros que a empresa paga aos Estado, o nosso bem-comum, constitui nosso prejuizo quando se investe tanto para uma perda prevista. No caso vertente de Itoculo, era pelo menos justificável se a prioridade fosse de instalar a rede de energia em Ramiane ou Mecuco em Netia nas plantações e fábricas de sisal para uma melhor produtividade nas respectivas fábricas. Aqui, acredito que o número de consumidores privados podia ser maior ao de Itoculo. Mas mesmo isto tinha que ser avaliado em relação aos custos e eventuais lucros.

3 comentários:

Ivone Soares disse...

Pois é! Dá que pensar...

Ximbitane disse...

É de louvar o artigo "Parabéns Itoculo (2)", para além da reflexão em si, é um guia para conhecer locais recondidos do Moçambique real, que pelo menos eu nunca havia ouvido falar!

Realmente um exemplo claro de como deve ser a nossa a preocupação quanto a reversão do monstro HCB e ao uso da energia pelo povo moçambicano.

Dizer que beneficia beltrano e sicrano, muitas vezes pessoas que o fazem para o seu bem pessoal, não é a situação ideal. Estava a espera, nessa reflexão, caro Reflectindo que dissesse que hospitais rurais ou distritais,assim como escolas, seriam os grandes beneficiários.

Se é para o bem de todos, como muito se propala, que efectivamente assim o seja.

Reflectindo disse...

Obrigado Ivone, espero que esteja a pensar sobre isto...

Boa interpelação Ximbitane. Há muita coisa que nos exige reflectir bastante para entendermos como é que pagaremos a dívida da reversão da HCB; como racionalizaremos os eventuais lucros, usando-os para interesses nacionais e não de alguns indivíduos; como a manteremos operacional e produtiva por longo tempo, enfim, como é que a HCB safará ao que aconteceu a centenas de empresas, desde 1975, incluindo as . Eu vou continuar com o tema, na espera de uma contribuição de todos os que queiram. Na continuação tocarei nas tuas perguntas excelentes. Até já